O vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Kopenawa Yanomami, que representa dez associações indígenas disse ao Valor Econômico que o garimpo cresce a cada dia.
A gente não tem ainda o número claro, quantos garimpeiros e quantos garimpos continuam lá, mas a gente sabe que o garimpo está crescendo todos os dias, todos os meses, a rotatividade do garimpo está chegando na terra Yanomami novamente , disse, de Boa Vista.
Segundo a publicação, os garimpeiros de ouro estão novamente ameaçando índios ianomâmi, em Roraima.
Sobretudo, a região esteve no centro de uma crise no início do ano quando homens, mulheres e crianças ianomâmi apareceram doentes e desnutridos.
Ou seja, resultado do impacto provocado em suas aldeias pela presença de garimpeiros e do uso abundante de mercúrio nos rios.
Nesse sentido, o governo federal deflagrou em fevereiro uma operação para a retirada dos garimpeiros ilegais.
Contudo, relatos de indígenas e de agentes públicos apontam que a atividade de garimpo ilegal prossegue, embora em menor proporção do que havia até antes da operação.
O Ministério da Defesa e a Polícia Federal afirmam que têm atuado contra os invasores.
A gente não consegue dormir, os Yanomami não conseguem dormir, porque tem muito barulho de aviões, muito barulho de motores, de maquinários. Tem um grande incômodo que está acontecendo na terra Yanomami e há muitas armas pesadas com os garimpeiros, muita cachaça, muito lixo, garrafas de cachaça, de combustível e também tem muita malária e muita doença ”, disse Dário, que é filho de Davi Kopenawa, um líder histórico dos ianomâmi.
Ainda segundo o Valor, em outro relato feito à reportagem, um agente público de segurança disse que garimpeiros chegam e saem dos garimpos de barco e que pequenos aviões continuam sendo usados para levar comida e combustíveis para os garimpos e, na volta, para levar ouro e cassiterita.
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Foto: Dário Kopenawa/Victor Moriyama/ISA
