O Reino Unido e a Espanha se juntaram à Alemanha neste sábado, dia 24, ao criticarem a decisão do presidente da França, Emmanuel Macron, de obstruir o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul para pressionar o Brasil contra os incêndios florestais na Amazônia.
Em uma declaração surpresa na sexta-feira, Macron disse que havia decidido se opor ao tratado UE-Mercosul e acusou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), de mentir quando minimizou as preocupações com as mudanças climáticas.
A Irlanda também se manifestou contra o pacto.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou a decisão, um dia depois que o escritório da chanceler alemã Angela Merkel fez o mesmo, em Berlim.
Bolsonaro sobre Macron
Em dois posts no Twitter, na quinta e sexta-feira, Bolsonaro se referiu à campanha que Macron tentou encampar contra o governo brasileiro sobre a Amazônia.
“Lamento a posição de um chefe de Estado, como o da França, se dirigir ao PR [presidente da República] brasileiro como ‘mentiroso’. Não somos nós que divulgamos fotos do século passado para potencializar o ódio contra o Brasil por mera vaidade. Nosso país, verde e amarelo, mora no coração de todo o mundo”.
“Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema”.
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Interferência no comércio
“Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso”, disse Johnson a repórteres.
Merkel disse que não concluir o acordo comercial com os países Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, do Mercosul, “não é a resposta apropriada para o que está acontecendo no Brasil agora”.
“A não conclusão do acordo do Mercosul não ajudaria a reduzir a destruição das florestas no Brasil”, disse, por porta-voz.
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Foto: Clauber Cleber Caetano/Presidência da República