Se apaixonou tanto por Bolsonaro que mulher pediu divĂ³rcio

Idolatria chegava a levar o marido a chorar pelo "mito" fujĂ£o

Publicado em: 20/01/2023 Ă s 11:40 | Atualizado em: 20/01/2023 Ă s 11:40

A idolatria e o amor pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou ocasionando um pedido de divĂ³rcio.

O primeiro sinal veio quando Bolsonaro ganhou a eleiĂ§Ă£o em 2018 e o marido da policial civil Marina (nome fictĂ­cio) chorou de emoĂ§Ă£o ao ver seu candidato eleito.

Ela percebeu ali que a idolatria estava passando um pouco dos limites, mas limitou-se a brincar com o assunto.

Quando veio a pandemia, as brigas ficaram acentuadas. Ela, que Ă© policial civil, nĂ£o concordava com a postura do ex-presidente durante a crise sanitĂ¡ria.

“Ele respondia que eu havia vindo de faculdade de esquerda [ela cursou uma universidade federal em uma cidade baiana], estava doutrinada e nĂ£o poderia falar de polĂ­tica porque nĂ£o tinha a experiĂªncia de vida que um empresĂ¡rio teria”, conta.

O argumento dele era que quem nĂ£o tinha posses nĂ£o poderia falar de polĂ­tica, entĂ£o Marina evitava o assunto em casa pelo tempo que durou o governo.

As diferenças entre os dois ficaram muito mais evidentes. Os pais dele sĂ£o religiosos, e os dela nĂ£o tĂªm religiĂ£o definida, por exemplo. Em 2022, a relaĂ§Ă£o ficou insustentĂ¡vel.

“Ele havia começado a frequentar um clube de tiro e mudou radicalmente de comportamento. SĂ³ pensava em armas o tempo todo”, conta a policial civil que, pela profissĂ£o, tem porte de arma, mas nĂ£o gosta de andar armada.

A gota d’Ă¡gua

Durante a eleiĂ§Ă£o, Marina participou de uma conversa com amigos em que o marido confessava estar coagindo funcionĂ¡rios a votarem em Bolsonaro pois, caso Lula vencesse, seria obrigado a demitir toda a equipe. Ela afirma que tentava argumentar, mas era diminuĂ­da com frases como “vocĂª Ă© burra”, “vocĂª nĂ£o tem nenhuma posse, como quer conversar sobre isso?”.

Mais tarde, apĂ³s a vitĂ³ria de Lula, o clima pesou. O marido afirmou que nĂ£o poderia arcar com as despesas da casa e do filho, pois “as fazendas seriam invadidas e os empresĂ¡rios e comerciantes nĂ£o ganhariam mais dinheiro”. A informaĂ§Ă£o nĂ£o Ă© verĂ­dica. Ela conta que foi ameaçada a ter de pagar todos os gastos pois a culpa era dela por ter votado no PT.

Leia mais na matéria de Luciana Bugni no TAB UOL

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Foto: FĂ¡bio pozzebom-agĂªncia brasil