Atriz que recusa vacina foi internada com sequelas da covid

Em 2020, Elizângela postou a imagem de um braço prestes a receber a injeção com a frase "penetração sem consentimento é estupro"

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Publicado em: 04/02/2022 às 20:30 | Atualizado em: 04/02/2022 às 20:30

A atriz Elizângela, de 67 anos, ficou internada por quatro dias por sequelas da covid (coronavírus). Nessa quinta-feira (3), ela fez uma transmissão na internet e confirmou que não tomou a vacina contra o vírus. 

Ela já havia sido criticada no final de 2020 depois de comparar a vacinação obrigatória com estupro: postou a imagem de um braço prestes a receber a injeção com a frase “penetração sem consentimento é estupro”. Na legenda, incluiu a frase “meu corpo, minhas regras”. 

Antes, também tinha postado um vídeo cantando música na qual dizia que a “pandemia é farsa” e criticava o governador de São Paulo, João Dória. 

A partir do caso da atriz, o g1 ouviu especialistas para entender qual é o impacto da decisão de uma pessoa pública em temas de saúde. Negar o que diz a ciência é, de fato, uma decisão que só interessa à pessoa que decide não se imunizar? 

As consequências 

Para o epidemiologista Pedro Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, o negacionismo dos famosos é “um duplo prejuízo: é um prejuízo para a própria pessoa e é um prejuízo para a sociedade”. 

“O primeiro motivo é um caso concreto, a pessoa não vacinada tem um risco de ter um caso grave maior, que é o que está acontecendo no caso dela [Elizângela]. A pessoa não vacinada tem mais risco de pegar, tem mais risco de precisar de hospitalização e tem mais risco, se pegar o vírus, de morrer”, explica o especialista. 

“O segundo é o malefício coletivo que ela causa, a pessoa não vacinada faz o vírus circular mais, quanto mais o vírus circula, mais a chance de seguir tendo novas variantes”, complementa Hallal. 

A epidemiologista Ethel Maciel lembra que o impacto de pessoas famosas nas condutas durante a pandemia é gigante. 

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Foto: Diário do Nordeste/Globo/reprodução