A disputa interna que se instalou pelo comando do PSL (Partido Social Liberal) entre o seu atual dirigente nacional, o deputado federal Luciano Bivar, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, ganha um round pesado.
Um dossiê que está saindo do forno dos bolsonaristas vai jogar nitroglicerina nessa briga. Um caso de 1982 vai ser desenterrado. Nele, Bivar foi acusado da morte de uma massagista, que seria sua namorada há cinco anos.
Horas antes de desaparecer, a mulher havia confidenciado a uma amiga que iria se encontrar com o pai da criança — um advogado casado, rico, membro de uma família tradicional e influente no estado.
Para dar contorno mais grave ao caso, a suposta namorada de Bivar estava grávida de 8 meses. Seu corpo foi jogado no rio Capiberibe, em Recife, onde foi encontrado. O deputado chegou a ser apontado pela polícia como o autor do crime, mas as investigações não avançaram.
Segundo os bolsonaristas, a influência de Bivar impediu que o caso fosse apurado. Mas, agora, eles colhem elementos para reabrir as investigações.
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O “queimado” de Bolsonaro
“Todo mundo com idade sabe que as suspeitas recaíam sobre o Bivar”, disse aliado de Bolsonaro, que sabe do caso desde a campanha eleitoral de 2018.
Teria sido por causa dessa acusação que Bolsonaro disse agora em outubro a um apoiador que se afastasse do PSL, justificando que Bivar estaria “queimado”?
Os bolsonaristas têm um coronel da Polícia Militar comandando as investigações particulares.
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Sentimento da família
Irmão da vítima resume o sentimento da família desde a hora em que o corpo foi encontrado até hoje.
“Tudo o que queríamos era enterrar o corpo. Esse caso envolve muita gente poderosa. Minha mãe passa mal sempre que se fala sobre o assassinato da minha irmã, e ainda temos muito medo”, disse ao coronel.
Segundo ela, sua mãe tinha medo da relação da irmã com Bivar. “Ele já era gente poderosa, e a gente era humilde”.
A reportagem sai na Veja do próximo dia 13, edição 2.660
Foto: Nossa Política/Reprodução