No desenrolar do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2023, a Polícia Federal (PF) ouviu, nesta quinta-feira (12/12), o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o juiz federal Sandro Nunes Vieira e Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro. As oitivas ocorreram por solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a continuidade das investigações em parecer assinado em 27 de novembro, seis dias após a PF indiciar 37 pessoas inicialmente, incluindo Bolsonaro, Valdemar e Câmara.
O documento cita indícios do envolvimento de Sandro Vieira na elaboração de um relatório produzido pelo PL para questionar a integridade das urnas eletrônicas após as eleições de 2022.
Segundo a PF, mensagens obtidas do celular do tenente-coronel Mauro Cid e de Marcelo Câmara indicam que Vieira teria contribuído para a redação do documento, mesmo enquanto ocupava cargo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele atuou como juiz auxiliar no TSE entre 2019 e agosto de 2022 e, atualmente, é vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
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O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou os depoimentos em 27 de novembro e estabeleceu prazo de 10 dias para a realização das oitivas. Embora o prazo tenha sido ampliado, a PGR acredita que há evidências suficientes para que Vieira seja incluído na lista de denunciados.
A investigação segue em andamento, com a PGR e a PF apurando o nível de envolvimento dos depoentes nos eventos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A inclusão de Vieira como denunciado será avaliada nas próximas etapas do processo.
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil