Bolsonaro agiu junto à Índia por empresas para comprar cloroquina

Telegrama obtido pela CPI e divulgado pelo jornal O Globo transcreve o telefonema no qual o presidente cita nominalmente as empresas EMS e Apsen

Defesa e Saúde se contradizem sobre a produção de cloroquina no país

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 10/06/2021 às 12:38 | Atualizado em: 10/06/2021 às 12:38

A CPI da covid está convencida de que o presidente Jair Bolsonaro agiu junto à Índia por empresas para comprar cloroquina, favorecendo duas empresas privadas.

Como resultado, um telegrama secreto do Ministério das Relações Exteriores mostra que Bolsonaro atuou para esse favorecimento.

A princípio, segundo a Carta Capital, em abril de 2020, o presidente brasileiro telefonou ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Desse modo, ele solicitou que o país acelerasse a exportação de insumos para a fabricação de hidroxicloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a covid-19.

Além disso, o telegrama obtido pela CPI e divulgado pelo jornal O Globo transcreve o telefonema no qual o presidente cita nominalmente as empresas EMS e Apsen.

Telegrama

“O sucesso da hidroxicloroquina para tratar a covid-19 nos faz ter muito interesse nessa remessa indiana. Estou informado de que um carregamento de 530 quilos de sulfato de hidroxicloroquina está parado na Índia, à espera de liberação por parte do governo indiano.

O presidente prosseguiu: “Adianto haver, também, mais carregamentos destinados a uma outra empresa brasileira, a Apsen. Este, como eu dizia, é um apelo humanitário que submetemos a nosso prezado amigo Narendra Modi, e que, se atendido, poderá salvar .

Por exemplo, o presidente da Apsen, Renato Spallicci, é um apoiador de Bolsonaro.

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