O presidente Jair Bolsonaro não ficou sozinho a partir da demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Como compensação, partidos chamados de centro assumiram a defesa do presidente e dizem que não há clima para impeachment.
Segundo o texto da Folha, essa posição destoa até de apoiadores de Bolsonaro que, nessa sexta-feira (24), manifestaram críticas a ele. A reportagem é reproduzida pelo jornal O Tempo.
De acordo com a reportagem, líderes do o PP, PL, Republicanos, PTB, Solidariedade e PSD passaram as últimas semanas em encontros com Bolsonaro. O PSD nega que faça parte do Centrão.
Os encontros serviram para negociar a expansão da distribuição de cargos e emendas a essas legendas. Segundo a publicação, com o objetivo de criar uma base mínima que evite, exatamente, o processo de impeachment.
Nesse sentido, a maioria afirma ainda que a crise aberta agora reforça a necessidade de uma aliança em torno do presidente.
“O momento maior é de combate à pandemia, não podemos fazer com que a demissão de um ministro possa parar o país. Essa é a orientação do PL, que sempre preservou as condições de governabilidade”, diz o líder da bancada na Câmara, Wellington Roberto (PB).
Para o deputado, que integra a legenda comandada por Valdemar Costa Neto , é preciso haver harmonia nesse momento.
“O processo de impeachment é um processo complicado, para casos de uma gravidade muito grande, não vejo o país em condições de fazer um processo dentro do parlamento”.
Embora não assuma abertamente, o PL negocia com Bolsonaro, entre outros, o comando do Banco do Nordeste.
A mesma linha de moderação é defendida pelo deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade.
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“Nossa função neste momento é garantir governabilidade para ele tocar o país. Temos 400 mortes por dia e uma crise econômica sem precedentes. Se alguém imagina que tem que tirar o presidente, não conte comigo”, afirma.
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Foto: Alan Santos/PR