Bolsonaro criticado por novo arrocho sobre recursos para universidades

Em nota, entidades pediram recomposiĂ§Ă£o do orçamento. Governo afirma que bloqueio Ă© necessĂ¡rio para cumprir teto de gastos

Publicado em: 28/05/2022 Ă s 16:41 | Atualizado em: 28/05/2022 Ă s 16:50

A AssociaĂ§Ă£o Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) publicou uma nota neste sĂ¡bado (28) repudiando o corte de 14,5% dos recursos das universidades e institutos federais para despesas de custeio e investimento.

O bloqueio, feito na Ăºltima sexta-feira (27), atinge o orçamento de entidades ligadas ao MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o, como a Capes (que coordena os cursos de pĂ³s-graduaĂ§Ă£o), a Ebserh (que gerencia hospitais universitĂ¡rios) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaĂ§Ă£o (FNDE), que auxilia estados e municĂ­pios a garantir educaĂ§Ă£o bĂ¡sica de qualidade.

Em nota, a associaĂ§Ă£o afirma que a reduĂ§Ă£o de mais de R$ 1 bilhĂ£o Ă© “inadmissĂ­vel, incompreensĂ­vel e injustificĂ¡vel” e pede pela recomposiĂ§Ă£o do orçamento.

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O governo Jair Bolsonaro (PL) diz que o contingenciamento Ă© necessĂ¡rio para cumprir o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas pĂºblicas.

O bloqueio feito em 2022 deve ser maior que o previsto, no entanto, porque o Executivo tenta encaixar nesse limite a promessa de dar reajuste aos servidores pĂºblicos federais.

Ao todo, R$ 14 bilhões devem ser bloqueados em todo o governo federal para garantir um reajuste de 5% em ano eleitoral.

“A justificativa dada – a necessidade de reajustar os salĂ¡rios de todo o funcionalismo pĂºblico federal em 5% – nĂ£o tem fundamento no prĂ³prio orçamento pĂºblico. A defasagem salarial dos servidores pĂºblicos Ă© bem maior do que os 5% divulgados pelo governo e sua recomposiĂ§Ă£o nĂ£o depende de mais cortes na educaĂ§Ă£o, ciĂªncia e tecnologia”, disse a associaĂ§Ă£o, em nota.

“É injusto com o futuro do paĂ­s mais este corte no orçamento do MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o e tambĂ©m no do MinistĂ©rio da CiĂªncia, Tecnologia e Inovações, que sofreu um corte de cerca de R$ 3 bilhões, inclusive de verbas do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento CientĂ­fico e TecnolĂ³gico), que sĂ£o carimbadas por lei para o financiamento da pesquisa cientĂ­fica e tecnolĂ³gica no Brasil. NĂ£o existe lĂ³gica, portanto, por que o corte de orçamento das universidades, institutos e do financiamento da ciĂªncia e da tecnologia brasileiras Ă© que deva arcar desproporcionalmente com esse Ă´nus”, acrescentou.

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o