O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou pela primeira vez sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips . Nesta terça-feira (07), Bolsonaro supôs que o desaparecimento seja consequência de uma execução ou de um acidente.
Além disso, o presidente da República também definiu a viagem dos dois como uma “aventura não recomendada”. As declarações foram feitas em entrevista ao SBT.
“Realmente, duas pessoas apenas num barco, numa região daquela completamente selvagem é uma aventura que não é recomendada que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser acidente, pode ser que tenham sido executados”, afirmou. De acordo com a família de Bruno Pereira, ele era um profundo conhecedor da região.
Segundo Jair Bolsonaro, as informações do governo federal dão conta de que Dom Phillips e Bruno Pereira teriam sido abordados durante o percurso que faziam. Ambas foram identificadas e detidas pela Polícia Federal.
O presidente declarou que pede a Deus para que os dois sejam encontrados brevemente. “As Forças Armadas estão trabalhando com muito afinco na região”, disse.
As famílias de Phillips e Pereira pediram ao governo federal que as buscas sejam intensificadas. Eles estão desaparecidos desde o último domingo (03), quando faziam o caminho entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas.
Pouco depois das 9h desta terça-feira (07), o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que a pasta segue à procura dos dois desaparecidos, com ajuda da Funai, da Força Nacional e da Polícia Federal. De acordo com a TV Globo, a Marina também deve colaborar com a operação com um helicóptero, duas embarcações e uma moto aquática.
Entenda o caso
O indigenista Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e o jornalista Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian, estão desaparecidos. Eles faziam o caminho entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte e desapareceram, no estado do Amazonas.
A informação foi confirmada pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Isolados e de Recente Contato.
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“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, informam em nota.
Bruno e Dom Phillips chegaram ao local em 3 de junho, por volta das 19h25, e no dia 5 voltavam para Atalaia do Norte, com uma parada da comunidade São Rafael, previamente agendada.
“Pelo que constam nas informações trocadas, via Dispositivo de Comunicação Satelital SPOT, eles chegaram na comunidade São Rafael por volta das 06:00h (…), e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem de aproximadamente duas horas.” Os dois deveriam ter chegado entre 8h e 9h, o que não aconteceu.
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Foto: Clauber Caetano/Presidência da República