Bolsonaro atribui ‘jogo sujo’ de inimigos para impedir novo comando da Petrobrás
O presidente da República busca emplacar o economista Adriano Pires como novo comandante da estatal

Ferreira Gabriel
Publicado em: 04/04/2022 às 11:58 | Atualizado em: 04/04/2022 às 12:57
Em conversas com auxiliares neste domingo (3), o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a “inimigos” que estão na Petrobrás uma suposta tentativa de impedir que o economista Adriano Pires passe a comandar a empresa.
A indicação de Adriano Pires para a presidência da Petrobras foi anunciada pelo governo em 28 de março. Se aprovado, ele substituirá o general Joaquim Silva e Luna.
O Ministério Público já pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que apure se há conflito de interesse na indicação de Adriano Pires.
Isso porque, conforme argumentou o MP, Pires está há mais de 20 anos à frente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria especializada em inteligência, regulação e assuntos estratégicos para o setor de energia.
Segundo relatos feitos ao blog da Ana Flor do G1 por pessoas que participaram de conversas com Bolsonaro, o presidente afirmou ser “jogo sujo” o dossiê sobre Adriano Pires e o empresário Rodolfo Landim, que desistiu do comando do Conselho de Administração da Petrobras.
A ordem do presidente é encontrar um substituto para Landim e manter o nome de Pires na lista dos indicados do governo.
Um auxiliar afirmou que as consultorias feitas pela empresa de Pires “nunca foram segredo” e que a indicação dele para a presidência da Petrobras se dá exatamente pelo conhecimento no setor.
Nas conversas que teve com Bolsonaro e com o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), Adriano Pires deixou claro o trabalho que a empresa faz.
Bento Albuquerque disse que a indicação de Pires está mantida e que o governo aguarda os trâmites legais da indicação do economista.
“Se tiver algum óbice, esperamos para ver se pode ser superado”, disse.
Bolsonaro tem agenda no Rio de Janeiro nesta segunda e estará acompanhado de Albuquerque e do ministro da Economia, Paulo Guedes.
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