‘Bolsonaro pagará caro se brincar com democracia’, diz Lula sobre golpe

Lula criticou ainda uma suposta intenção do presidente em tomar para si o ato de bicentenário da Independência, comemorado no 7 de setembro

27/07/2022 15:38

Lula no Amazonas só depois das convenções

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse não acreditar em um golpe do presidente Jair Bolsonaro (PL) neste ano, caso perca as eleições.

Durante o UOL Entrevista, o candidato à Presidência afirmou que as Forças Armadas, tidas como fiadoras de Bolsonaro, não apoiariam um rompimento democrático.

Lula criticou ainda uma suposta intenção de Bolsonaro em tomar para si o ato de bicentenário da Independência brasileira, comemorado no próximo 7 de setembro.

Em discurso durante a convenção que o lançou à reeleição, Bolsonaro convocou apoiadores para irem às ruas na data, como tem feito nos últimos anos.

Sem especificar o motivo, Bolsonaro disse que a manifestação em 7 de setembro será “a última vez” que os apoiadores irão às ruas e atacou mais uma vez o STF, chamando os ministros de “surdos de capa preta”.

“Acho que ele vai tentar fazer o que quer fazer. [Mas] a gente deve ter em conta que militares são mais responsáveis que Bolsonaro”, afirmou Lula sobre possibilidade de golpe. “Convivi com militares e não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas. Mantive oito anos de convivência da forma mais digna possível.”

“Essas bobagens que Bolsonaro fala não têm apoio dos militares da ativa, do alto comando. Ele só pode ser considerado chefe supremo quando é sério, fala coisa com coisa e respeita instituições. Ele fala ‘meu Exército’, mas não é dele. Ele foi expulso do Exército por má conduta. Então como a gente pode pensar em golpe? Não acredito em golpe, não acredito que as Forças Armadas pensem nisso. Se ele começar a brincar com democracia, ele vai pagar caro,” disse Lula durante entrevista no UOL.

O ex-presidente disse ainda que Bolsonaro não tem “inteligência e bom senso” ao convocar apoiadores para os atos de 7 de Setembro, como já havia feito no ano passado. Durante a convenção do PL que o alçou oficialmente à reeleição, no último domingo (24), repetiu o feito em meio a críticas ao STF.