“O Queiroz cuida da vida dele, eu cuido da minha”, respondeu o presidente Jair Bolsonaro sobre declaração vazada de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). As informações estão na Veja, que cita o jornal O Globo. Queiroz afirma que tem capital político para indicar pessoas para 500 empregos na Câmara e no Senado. A defesa dele afirma que não há nada de errado em eventuais indicações. Flávio nega também que tenha aceitado indicações do ex-assessor.
Com mais esse imbróglio do amigo de pescaria, o presidente Bolsonaro foi direto: “Não sei dessa informação, mas por favor, por favor… O Queiroz cuida da vida dele, eu cuido da minha. Minha preocupação aqui é tratar das questões que envolvem todos nós, brasileiros”, disse ao ser questionado por uma jornalista.
Bolsonaro está China . Numa viagem de duas semanas ao Japão e a países árabes, o presidente foi tratar de assuntos comerciais para alavancar a economia brasileira.
No áudio revelado pelo jornal O Globo, Queiroz conversa sobre indicações no Congresso Nacional por meio de comissões ou gabinetes de parlamentares, não apenas em cargos relacionados aos filhos do presidente Jair Bolsonaro, e descreve a rotina do gabinete do senador Flávio Bolsonaro, de quem foi assessor.
“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado. Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente aí caía bem pra c. entendeu? Não precisa vincular a um nome. Chega lá e pô, cara, no gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, o pessoal para conversar com ele. Pô, é só chegar, meu irmão, nomeia fulano aí pra trabalhar contigo. Salariozinho bom desse aí, cara, pra gente que é pai de família, p. que pariu, cai igual uma uva”, diz.
Amigos
Bolsonaro e Queiroz têm uma relação de amizade – eram companheiros de pescaria -, mas o principal fato envolvendo ambos é o repasse de R$ 24.000 mil em dez cheques para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Segundo presidente Queiroz lhe devia dinheiro – R$ 40.000 – e fez o pagamento a sua esposa.
“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24.000, foram R$ 40.000. Se o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que repassou a informação ao Ministério Público do Rio) quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40.000”, afirmou.
O advogado de Queiroz, Paulo Klein, afirmou que seu cliente nunca cometeu nenhum crime e que não há nada de errado em eventuais indicações.
Ao jornal, Flávio negou que tenha aceitado indicações do ex-assessor e que mantenha contato com ele desde o ano passado.
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Foto: Isac Nóbrega/PR