Bolsonaro recorre ao STF contra depoimento presencial na Polícia Federal
Presidente Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento à Polícia Federal no fim do mês
Mariane Veiga
Publicado em: 17/09/2020 às 10:54 | Atualizado em: 17/09/2020 às 10:54
A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (16), contra a decisão do ministro Celso de Mello que impediu o presidente Jair Bolsonaro de depor por escrito na Polícia Federal (PF).
O caso investiga a denúncia de interferência presidencial na PF durante a gestão de Sergio Moro como ministro da Justiça.
Conforme o pedido, a AGU alega que o depoimento por escrito de Bolsonaro não constitui um benefício inédito, mas sim um tratamento similar já dado pela corte a outros casos similares.
A AGU lembrou ainda que, em 2017, o então presidente Michel Temer depôs por escrito no caso envolvendo a conversa com Joesley Batista.
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Dessa forma, na última sexta (11), Celso de Mello ordenou que Bolsonaro tivesse seu depoimento colhido de maneira presencial, diante de advogados de Moro no interrogatório.
Portanto, o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro veio após a polícia enviar um ofício ao presidente, oferecendo três datas para o depoimento, entre 21 e 23 de setembro.
Na manhã desta quinta(17), Bolsonaro foi às redes sociais explicar o motivo do recurso. De acordo com ele, a medida não pede “nenhum privilégio” à corte.
“Não se pede nenhum privilégio, mas, sim, tratamento rigorosamente simétrico àquele adotado para os mesmos atos em circunstâncias absolutamente idênticas em precedentes recentes do próprio STF”, pontuou.
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Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República