Brasil rejeita ajuda do G7 à Amazônia e cobra US$ 100 bilhões

Neuton Correa

Publicado em: 27/08/2019 às 05:47 | Atualizado em: 27/08/2019 às 06:31

Por Neuton Corrêa, da Redação

 

O governo brasileiro informou na noite desta segunda-feira, dia 26, que vai rejeitar os R$ 121 milhões oferecidos pelo G7 para ajudar o Brasil a combater as queimadas na Amazônia.

O jornal Folha de S.Paulo informa nesta terça-feira, dia 27, que a recusa tem como finalidade evitar crédito político ao líder francês Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro trocou farpas no fim de semana.

Ontem, o presidente da França acirrou o antagonismo com o colega do Brasil ao defender um estatuto internacional para a Amazônia.

Acordo de Paris

No fim da noite, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, postou uma nota lembrando que os países ricos já possuem mecanismos para ajudar a Amazônia.

O texto lembra o Acordo de Paris, de 2015, que prevê mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para os países em desenvolvimento até 2020.

“Compromisso que não está sendo cumprido nem remotamente”, destaca a nota do Brasil.

A doação estrangeira já era dada como bem vinda pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que já falava ontem até em critérios para a  utilização dos recursos.

“Quem vai decidir como usar recursos para o Brasil é o povo brasileiro e o governo brasileiro. De qualquer forma, a ajuda é sempre bem-vinda”, disse em evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi). Leia mais.

O “não” de Bolsonaro às maiores potências do planeta será formalizado quando a ajuda for formalizada.

A recusa de Bolsonaro se soma aos R$ 133 milhões que o Brasil perdeu da Noruega e os R$ 155 milhões da Alemanha do Fundo Amazônia.

Os dois países suspenderam a doação após declarações do presidente brasileiro sobre questões ambientais e mudanças na governança do fundo.

Reunião com governadores

A decisão do Planalto em não aceitar a ajuda dos países ricos precede o encontro que os nove governadores da Amazônia brasileira terão com Bolsonaro nesta terça-feira, dia 27.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), por exemplo, adiou esta semana ida para o interior do estado para participar desta reunião com Bolsonaro.

LEIA TAMBÉM:

Reunião de Wilson com Bolsonaro adia “Amazonas Presente” no Alto Solimões

 

Foto: Divulgação/FAB