Caminhoneiros entram na Justiça contra política de reajustes da Petrobrás

Adotada em 2016 pelo governo Michel Temer, a PPI vincula o preço dos combustíveis às variações do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional

Preço de gasolina

Diamantino Junior

Publicado em: 15/03/2022 às 13:25 | Atualizado em: 15/03/2022 às 13:52

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) entrou com uma ação civil pública em que pede a suspensão da política de preços da Petrobrás, chamada de Paridade de Preço Internacional (PPI).

Protocolada no sábado (12), a ação tramita no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), em Brasília.

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Adotada em 2016 pelo governo Michel Temer, a PPI vincula o preço dos combustíveis às variações do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.

Em nota, a Abrava afirma que essa vinculação “tem levado aos aumentos frequentes e desproporcionais do preço dos combustíveis, como o último de 10/03/2022, onde só o diesel teve majoração de 24,9%.”

O texto, assinado pelo presidente da associação, Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirma que cada reajuste “estrangula os brasileiros, pois a consequência direta é o aumento dos alimentos, remédios, etc”. 

A associação também menciona que, mesmo sem ter sido intimada no processo, a Petrobrás entrou, nesta segunda-feira (14), com uma petição para que o processo vá para a 9ª Vara Federal da Sessão Judiciária do DF.

No momento, ela tramita na 1ª Vara Federal. Segundo os caminhoneiros, a estatal pediu prazo para se manifestar antes de o magistrado decidir sobre o pedido de urgência para a suspensão da PPI.

Nesta segunda, o preço do barril Brent, considerado referência para o mercado internacional de petróleo, fechou em US$ 105. Na semana passada, quando a Petrobrás anunciou um reajuste nos preços dos combustíveis, o barril chegou a se aproximar de US$ 140.

Após o aumento anunciado pela Petrobrás, Wallace Landim, líder dos caminhoneiros, chegou a dizer que foi “um erro” ele ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Porém, ele descartou uma nova greve da categoria, como a que ocorreu naquele ano.

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Foto: Marcelo Casal Jr./EBC