Campanha da Fraternidade 2021 critica ‘negação da ciência’ e ‘cultura de violência’
Igrejas cristãs iniciam nesta quarta-feira (17) a 5a. Edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica

Ednilson Maciel, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 16/02/2021 às 15:02 | Atualizado em: 16/02/2021 às 15:04
A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 (CFE) inicia inicia nesta quarta-feira (17), com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. A abertura oficial tem a iniciativa Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Essa é a quinta vez que a CNBB promove a campanha ecumênica em conjunto com outras igrejas cristãs, membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).
Nesta edição, a CFE faz críticas relacionadas a temas como “negação da ciência” durante a pandemia do coronvírus (covid-19); atuação do governo federal no combate ao coronavírus; igrejas que não respeitaram o distanciamento social. Assim como “cultura de violência” contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTIQ+.
O assunto é difundido nas celebrações e programações da comunidade religiosa.
Abertura oficial em Manaus
Em Manaus, segundo a arquidiocese, a abertura oficial ocorre sem a participação do público.
Nesse sentido, abertura da Campanha da Fraternidade acontece amanhã, às 9h, quarta feira de cinzas.
Dessa maneira, os fiéis poderão acompanhar toda a programação ao vivo redes sociais da Arquidiocese de Manaus, Catedral Metropolitana de Manaus e pela TV Encontro das Águas e Rádio Rio Mar.
CFE 2021 e LGBTQI+
O texto base da CFE aponta ainda que a juventude negra, mulheres, povos tradicionais, imigrantes, grupos LGBTQI+, “por causa de preconceito e intolerância, são classificados como não cidadãos e, portanto, inimigos do sistema”.
“Jesus questionou essas estruturas de poder e desigualdade. As pessoas não poderiam ser descartadas e sofrer as consequências para a manutenção de um poder segregador”, diz o documento.
Igrejas e pandemia
Além do mais, o texto-base cita que “o governo brasileiro não adota políticas efetivas no combate à covid-19”, e que a pandemia “dilacerou famílias e deixou espaços vazios na cultura nacional”.
Diz ainda que “algumas igrejas reivindicaram o direito de permanecerem abertas, realizando suas celebrações, apesar das aglomerações causarem contaminações e mortes”.
Portanto, o negacionismo também é alvo de reprovação no documento.
“Discursos negacionistas sobre a realidade e fatalidade da covid-19 são recorrentes, assim como a negação da ciência e do papel de organismos multilaterais como a ONU e a OMS”.
Críticas
No entanto, após a divulgação do texto-base, o posicionamento da CNBB e do Conic foi criticado nas redes sociais por parte de alguns internautas.
Sem contar, que movimentos defendem que fiéis não façam doações para a campanha, que também tem como objetivo arrecadar recursos para melhorias nas igrejas e projetos sociais.
Entretanto, a Aliança de Batistas do Brasil divulgou uma nota de solidariedade às instituições e apoio à campanha, classificando os ataques como “demoníacos”.
“Nos causa espanto e temor, que precisemos defender de pessoas ditas cristãs aquilo que há de mais belo e cristão nessa nossa CFE-2021: a compreensão de que o Evangelho nos obriga a amar ao próximo como a si mesmo”, diz a aliança.
Com informações do G1 e da Arquidiocese de Manaus.
Foto: Reprodução / vatican news