Uma combinação explosiva de fatores está pressionando a rede de saúde do Amazonas nos últimos três meses. Nesse bolo há um pouco de tudo: violência e criminalidade, acidentes e vítimas do coronavírus (covid-19).
Como resultado, a situação, agravada neste finzinho de ano, pode levar hospitais públicos e particulares ao colapso. Isso só não aconteceu ainda porque o Governo do Estado aumenta sistematicamente sua capacidade de socorro.
Conforme as estatísticas, o problema é que, ao mesmo tempo em que sobem as internações em leitos de UTI e clínicos pelo coronavírus, cresceu também a taxa de ocupação de vítimas de violência, acidentes de trânsito e de infartos e AVC (acidente vascular cerebral). Hoje, só pelo coronavírus, são cerca de 1.200 as pessoas hospitalizadas no Amazonas.
Além disso, grande parte da população em Manaus e no interior voltou às atividades, sem preocupação com o coronavírus. E, sem sombra de dúvida, depois do pico no meio do ano, o estado vive agora segunda onda da doença.
Em resumo, o vírus acompanha o aumento de circulação das pessoas. De acordo com especialistas da saúde, a perspectiva é de aumento das vítimas da doença com as aglomerações nos eventos de fim de ano. Isso é o que se tem verificado em todo o mundo, em que países vivem uma segunda onda tão grave quanto a primeira.
Plano de contingência em prática
Diante disso, para tentar evitar crise maior, o Governo do Amazonas põe em prática plano de contingência. Contudo, esse programa com cinco fases para conter o vírus e ao mesmo retomar as atividades econômicas, já vai para a terceira em apenas dois meses.
E, em todas as etapas, está previsto o aumento de leitos nos hospitais. Por exemplo, na terceira fase está prevista a entrada de leitos do HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas). O governador Wilson Lima (PSC) já formalizou essa parceria com a unidade federal da rede de saúde no estado.
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Antecipação ao problema
“Temos que estar à frente do vírus na assistência, nos anteciparmos para não sermos reativos”, disse ao BNC Amazonas o secretário de Saúde do Amazonas (SES-AM), Marcellus Campelo.
“Passamos o dia revisando números e estatísticas”, afirmou Campelo para reforçar a preocupação com o avanço do coronavírus.
Foto: Divulgação/Secom