“Capitã Cloroquina” entra com ação no STF contra Aziz e mais dois da CPI
O senador fez as declarações em referência à atuação da secretária durante a crise do oxigênio em Manaus

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 30/10/2021 às 16:45 | Atualizado em: 30/10/2021 às 16:45
A conhecida “Capitã Cloroquina”, secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Além dele, mais dois senadores da CPI da covid: o relator Renan Calheiros (MDB-AL) e o senador Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE).
Por exemplo, Pinheiro processa o senador por difamação, calúnia, injúria e dano emocional devido às acusações da CPI. Como informa o “Yahoo”.
Sobretudo, a secretária foi uma das indiciadas pelo CPI pelos crimes de prevaricação; epidemia com resultado de morte; e crime contra a humanidade.
A ação movida por Pinheiro cita trechos de entrevista e falas de Aziz na CPI. Nelas o senador afirma que Pinheiro “levou à morte irmãos, irmãs do meu Amazonas”.
Ou seja, o senador fez as declarações em referência à atuação da secretária durante a crise do oxigênio em Manaus.
Na cidade, a secretária e uma comitiva de médicos percorreram as unidades de saúde da cidade.
Conforme o Ministério Público local, nessas unidades, a comitiva divulgou o chamado “tratamento precoce”, que é ineficaz contra covid-19.
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Ação
“Acusar, dolosa e falsamente, uma médica exemplar com atuação fervorosa na área de saúde, de provocar a morte de pessoas significa levar às últimas dimensões o dano à personalidade (honra) pela suprema agressão à dignidade da pessoa humana”, diz a ação.
Bem como, o documento diz que as acusações levaram Mayra Pinheiro a “melancolia extrema” e “levou às lágrimas familiares próximos”.
A ação argumenta que a médica não tratou de nenhum paciente em Manaus. E atribui as mortes ao descaso das autoridades locais e a falta de condições atrelada, segundo ela, ao desvio de dinheiro público.
Assim como, o processo cita ainda resolução editada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que liberou a prescrição de cloroquina por médicos de todo país, sob argumento de direito à autonomia médica.
Embora a ineficácia da cloroquina no tratamento de covid-19 seja conhecida, o texto defende a eficácia do medicamento no estágio inicial da doença.
Além disso, acusa os senadores de abandonarem sessão da CPI na qual dois depoentes, Ricardo Zimerman e Francisco Alves, falavam sobre o tema.
“O Relator e os integrantes do chamado G-7 abandonaram a sessão. Não podem, assim, caluniar impunemente à Querelante, justo por ausentarem-se sem ouvir a comprovação com estudos científicos e tratamentos clínicos eficazes dos médicos que não perderam pacientes usando a medicação criminalizada”, diz a ação.
Ao GLOBO, portanto, a secretária afirmou que essa seria “somente a primeira” ação que moverá contra os senadores da CPI.
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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado