Além de mais letal, cepa do AM pode ser também mais resistente a vacinas

Pesquisadores já detectaram que a variante P.1 é de 1,4 a 2,2 vezes mais transmissível que outras variantes que circulam no Brasil

Amazonas zera doses de vacinas

Neuton Correa, da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 02/03/2021 às 05:55 | Atualizado em: 02/03/2021 às 08:46

Pesquisadores estão desconfiados de que as vacinas contra a covid-19 podem ter pouco eficácia sobre a cepa P.1 encontrada no Amazonas.

Eles também acham que a variante tem maior probabilidade de driblar a imunidade natural e deixar porta aberta para reinfecção.

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O estudo ainda precisa de revisão.

Ele foi desenvolvido por pesquisadores do Reino Unido e do Brasil.

Três grandes instituições fazem parte da pesquisa: a Universidade de Oxford, o Imperial College London e Universidade de São Paulo.

Eles, por exemplo, já detectaram que a variante P.1 é de 1,4 a 2,2 vezes mais transmissível que outras variantes que circulam no Brasil.

O estudo tem informação de que a P.1, além disso, “conseguiu escapar de 25% a 61% da imunidade decorrente da defesa gerada por infecção anterior” por uma cepa mais antiga.

Para os pesquisadores, isso é um sinal de que as vacinas atuais podem também ser menos eficazes contra ela.

As informações foram publicadas em reportagem do Financial Times, de Londres, assinada por Anna Gross e Clive Cookson.

O texto foi republicado nesta terça-feira, dia 2, pelo jornal Valor Econômico.

“Estudos destinados a avaliar a eficácia das vacinas no mundo real em reação à P.1 são urgentemente necessários”, aponta o relatório, segundo o Valor.

Foto: Ruam Souza/Secom