Cientistas manifestam preocupação com anúncio de carnaval sem restrição, no Rio de Janeiro. Eles alertam para o eventual risco de surgimento de novas variantes.
Conforme reportagem do Uol, três epidemiologistas questionam o tempo de proteção proporcionado pelas vacinas e criticam o prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que a festa ocorrerá normalmente na cidade.
Nesse sentido, o prefeito, baseia-se em decisão do Comitê Científico da prefeitura, que tem caráter consultivo, de vincular a reabertura das atividades econômicas ao percentual de população adulta vacinada na capital.
Segundo Paes, praticamente todos os cariocas adultos estarão completamente imunizados até meados de novembro.
Dessa forma, o prefeito também usou esse dado para defender o passaporte de vacina. A medida foi alvo de uma guerra de liminares com bolsonaristas, mas foi respaldada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.
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Nenhuma garantia
Os três especialistas ressaltam que afirmar hoje que haverá carnaval sem restrições em março é uma posição bastante otimista. Além disso, sem nenhuma garantia de que se concretizará.
“Não temos como saber se haverá uma nova variante que escape da proteção da vacina”, diz o epidemiologista Renato Kfouri.
Para ele, que é diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, “é um exercício de futurologia garantir que o cenário epidemiológico vai estar assim ou assado”.
Do mesmo modo, a epidemiologista Joana D’Arc Gonçalves diz que o cidadão deve avaliar os riscos que corre no Carnaval sem restrição.
“O governo tem que garantir a proteção coletiva. Ou então vamos esperar um aumento de casos e pessoas em estado grave após o Carnaval.”.
A médica Gulnar Azevedo, professora de epidemiologia da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), alerta que a aglomeração de milhões de pessoas em blocos, festas e na Sapucaí pode provocar um novo pico da doença.
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Foto: Divulgação/Hudson Pontes/Riotur