CNJ julga Sérgio Moro por divulgação de áudio entre Dilma e Lula

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Publicado em: 24/04/2018 às 15:28 | Atualizado em: 24/04/2018 às 15:28

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) começa a julgar, nesta terça-feira (24), o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).

Moro responde a processo interno que apura eventual cometimento de crimes contra a Constituição.

O julgamento acontece dois anos depois de apresentada a denúncia.

O caso em questão remete aos últimos instantes do governo Dilma Rousseff, quando o impeachment avançava e a petista, em estratégia política, indicou o ex-presidente Lula para a Casa Civil.

Às vésperas da posse, Moro tornou públicos, em 16 de março de 2016, áudios do diálogo ao telefone em que Lula e Dilma conversam sobre o documento de nomeação.

Procurado pelo Congresso em Foco, o juiz federal disse que não comentaria o assunto.

A divulgação, por envolver a Presidência da República, é considerada ilegal e mereceu reprimenda do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, morto janeiro de 2017, a Sérgio Moro.

O juiz pediu “escusas” ao STF alegando ter procurado “dar publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal do investigado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Na ocasião, Dilma foi acusada de blindar Lula com foro privilegiado, de forma a evitar a prisão do petista.

Mas a própria gravação de parte dos áudios foi operada irregularmente, uma vez que a Polícia Federal executou a interceptação telefônica depois de ordem de Moro para interromper grampos.

 

Foto: Gláucio Dettmar/CNJ