Com vacina estragando no Brasil, duas crianças morrem de covid todo dia

"A questão é saber qual vacina será liberada no Brasil e quando isso vai acontecer”, diz infectologista

28/06/2022 08:58

Da Redação do BNC Amazonas

Uma média de duas crianças abaixo de cinco anos morrem todo dia por covid-19 no Brasil. Essa é a faixa etária que ainda não está elegível para a imunização, com vacina estragando no país.

Na opinião do infectologista Munir Ayub não há dúvidas de que a população menor de cinco anos está mais vulnerável à covid e que precisa ser vacinada. Como informa O Tempo.

“A questão é saber qual vacina será liberada no Brasil e quando isso vai acontecer”, disse o membro do comitê de imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Como resultado, em 2020 e 2021, foram 1.439 óbitos nesse grupo, sendo que 48% eram de bebês entre 29 dias e um ano incompleto (pós-neonatal), uma média de 1,9 por dia.

Dessa forma, em 2022, são pelo menos mais 291 mortes abaixo dos cinco anos até o dia 11 de junho, uma média de 1,8 por dia.

A análise inédita é do Observa Infância, projeto ligado ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

Mortalidade

Os números de 2020 e 2021 foram extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Segundo a publicação já passaram por revisão do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de Saúde.

Assim, o Nordeste respondeu pela maior parte das mortes infantis por covid nesses dois anos, com 43,9% do total, em média.

Enquanto isso, a região tem apenas um terço da população de crianças abaixo de cinco anos. Em seguida, vem o Sudeste, com 24,5% dos óbitos.

Depois, portanto, o Norte (18,1%), o Centro-Oeste (6,1%); e o Sul (7,3%).

Então, desde março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa o pedido do Instituto Butantan para uso da Coronavac entre três e cinco anos.

Contudo, ainda não há uma decisão. No dia 8 de junho, a agência ouviu especialistas das sociedades brasileiras de infectologia, pediatria e imunologia, além da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).