Mais de 90 policiais e bombeiros militares já morreram no Amazonas, infectados pelo coronavírus (covid-19) entre março de 2020 a janeiro de 2021. O levantamento é da Associação dos Praças da Polícia e Bombeiro Militar do Amazonas (Appbmam).
As mortes ocorreram em Manaus, Manacapuru, Iranduba, Humaitá, Urucará e Coari.
No estado, conforme dados oficiais , a média geral de mortes está em torno de 80 por dia, sendo 65 na capital. Já no interior, essa média é de 20 por dia. Até ontem (4), o total de mortes no Amazonas era de 8.716.
Para a entidade dos praças, trata-se de um número estarrecedor de perdas de vidas de militares da ativa e da reserva.
De acordo com os dados solicitados pelo site ParintinsAmazonas , foram 48 mortes de março a dezembro (nove meses) contra 48 somente em 28 dias de janeiro de 2021. A média do ano passado ficou em cinco mortes por mês. A diferença mostra o quanto o vírus se mostra mais letal na segunda onda.
Ao todo mais de 1.130 militares foram registrados como infectados. “Nosso luto tem rostos e nomes” diz um dos murais da entidade feito para homenagear as vítimas.
De acordo com o cabo PM Guthemberg Oliveira, vice-presidente da Appbmam, “o militar no Brasil é a única categoria que ainda vive num trabalho de escravidão”.
E acrescentou: “Agora com os casos de reinfecção piorou mais a situação”.
Guthemberg fala, ainda, de uma grande missão de risco: “Tem colegas que contraíram o vírus quando ajudavam a transportar os cilindros de oxigênio até os hospitais e morreram, infelizmente”.
Piores dias
Os piores dias de janeiro foram 26 e 27, na observação do cabo Guthemberg.
Nesses dois dias, quatro militares, sendo duas mulheres, morreram de coronavírus.
O 11º Batalhão da PM na cidade de Parintins, maior polo do interior do Amazonas, ainda não teve nenhuma morte. No entanto, teve vários militares afastados por infecção do vírus e preocupa a associação.
Conforme Guthemberg Oliveira, as “escalas extras” vem sendo uma das principais reclamações neste começo de ano. É na condição de folga, diz, que o militar é mandando tirar serviço.
Prioridade de vacinação
A entidade dos praças e bombeiros já protocolou ação na Justiça do Amazonas e ofício nas secretarias de Saúde e Segurança pedido de vacinação prioritária aos profissionais da segurança pública.
“Infelizmente o militar está agora na escala de prioridade e serão vacinados depois dos presidiários. Isso é falta de respeito com quem defende a segurança publica”, disse Guthemberg.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do comando-geral da PM no Amazonas. Entretanto, a assessoria pediu por escrito todas as perguntas para posterior resposta.
Foto: reprodução/site ParintinsAmazonas