Coronel braço direito de Pazuello diz tudo à PF do negócio com Precisa

Élcio Franco confirmou que se reuniu com o dono da Precisa Medicamentos e falou sobre a alteração no preço da Covaxin durante as negociações

Mariane Veiga

Publicado em: 04/08/2021 às 14:18 | Atualizado em: 04/08/2021 às 14:18

O coronel Élcio Franco, ex-braço direito de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde e atual assessor especial no Palácio do Planalto, detalhou em depoimento à Polícia Federal como foi a reunião que teve com representantes da Precisa Medicamentos.

A empresa está no centro das suspeitas de pagamento de propina para a compra de vacinas contra covid.

Conforme publicou a coluna de Guilherme Amado, Franco disse aos agentes que não haveria pagamentos antecipados pelos imunizantes.

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Segundo o ex-secretário, os contatos que manteve com a Precisa foram em sua maioria com a diretora técnica, Emanuela Medrades, e com um advogado que a acompanhava, cujo nome não soube dizer.

Ele confirmou, no entanto, que esteve reunido em determinadas ocasiões com o dono da Precisa, Francisco Maximiano, que ainda prestará depoimento à CPI da covid.

Élcio descreveu que, em reunião realizada no dia 20 de novembro do ano passado com representantes da farmacêutica indiana Bharat Biotech, um provável integrante da Precisa afirmou que havia uma previsão de preço de US$ 10 por dose da Covaxin.

A informação consta de documento enviado pelo ministério à CPI, detalhando o encontro, mas a diretora da Precisa Emanuela Medrades negou em seu depoimento que qualquer oferta nesse valor tenha sido feita ao governo.

Ainda Segundo Franco, um dos representantes da Precisa pode ter se baseado nos valores de compra da Coronavac pelo Instituto Butantan para apresentar uma oferta mais vantajosa naquele momento.

“O preço da Aztrazeneca, ninguém conseguiria concorrer, porque era ‘três e pouquinho’. Então, para concorrer com o Butantan, eles pegaram aquela faixa de 10,50 a 10,80 [dólares] e falaram alguma coisa em torno de US$ 10”, afirmou Franco aos policiais.

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado