Covid: Bolsonaro pode ter deixado R$ 2 bi em fraudes na pandemia, diz ong
Transparência Brasil chegou à conclusão após analisar 248 compras e contratações

Ferreira Gabriel
Publicado em: 14/02/2023 às 16:03 | Atualizado em: 14/02/2023 às 16:03
Possíveis fraudes feitas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19 podem atingir a quantia de R$ 2 bilhões, em contratos firmados entre fevereiro de 2020 e outubro de 2022.
A ONG Transparência Brasil apontou irregularidades após analisar 248 compras e contratações feitas no período.
Uma das compras suspeitas foi o contrato de R$ 406 mil, de abril de 2020, pelo qual o Hospital Universitário de Brasília comprou 140 mil máscaras cirúrgicas descartáveis da QMídia Comunicação Ltda. A questão é que a atividade da empresa registrada é de “instalação de painéis publicitários”.
“Chama atenção, ainda, a capacidade da fornecedora em prover um produto totalmente não relacionado à sua atividade econômica em quantidades significativas, mesmo pouco mais de dois meses após o estabelecimento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em função da Covid-19”, aponta o relatório produzido com dados do sistema Tá de Pé, da ONG Transparência Brasil, de acordo com reportagem de Caroline Oliveira, no Brasil de Fato.
O governo firmou 2.912 contratos com fornecedores inscritos no Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS). Um desses fornecedores fechou 215 contratos emergenciais com a gestão Bolsonaro.
“Contratações como essa são legais, de acordo com uma regra que flexibilizou os critérios para compras emergenciais relacionadas à pandemia. Ainda assim, oferecem alto risco de problemas, pois a presença de uma empresa no CEIS mostra que ela tem antecedentes de violação contratual ou legal em outra prestação de serviço para a administração pública”, destaca o documento.
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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil