A sessão de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem no Senado , nesta quarta-feira (13/12), revelou não apenas a eleição do senador Omar Aziz (PSD-AM) como presidente, mas também um embate acirrado em torno da escolha do relator.
O clima tenso entre os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Rodrigo Cunha (Podemos-AL) deu uma prévia de como os trabalhos da CPI podem transcorrer em 2024, quando efetivamente começarão.
A principal controvérsia envolve a relatoria da CPI, e as divergências entre os senadores alagoanos Renan Calheiros e Rodrigo Cunha ficaram evidentes. Rodrigo Cunha, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), manifestou diversas vezes sua posição contrária a Renan assumir a relatoria.
Ele argumenta que a ligação familiar de Renan com o ex-governador de Alagoas, Renan Filho, compromete sua isenção para conduzir as investigações.
Antes mesmo do início da sessão, uma reunião entre os membros da comissão foi realizada para buscar um consenso sobre a relatoria, porém, não houve acordo. Além de Renan Calheiros, os senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Dr. Hiran (PP-RR) são cotados para assumir a função de relator.
Publicamente, Rodrigo Cunha deixou clara sua oposição à possibilidade de Renan Calheiros ser o relator da CPI.
Ele ressaltou a importância de preservar a isenção e credibilidade da comissão, sugerindo que nenhum senador do estado de Alagoas deveria ocupar a relatoria.
O presidente eleito da CPI, Omar Aziz, prometeu decidir sobre a relatoria até a próxima terça-feira (19/12).
A tensão entre os senadores se acentuou durante a sessão, com Rodrigo Cunha insistindo que não ficaria satisfeito se não fosse garantido que Renan não assumiria a relatoria. Ele argumentou que a figura de investigador e investigado se misturariam, considerando que Renan é autor da CPI.
A questão da relatoria tornou-se central na dinâmica da CPI da Braskem, revelando divergências que podem impactar o andamento dos trabalhos.
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O presidente eleito da CPI, Omar Aziz, irritou-se com as indagações persistentes de Cunha, reafirmando sua autonomia para presidir a comissão e definir os rumos das investigações.
Após a reunião, Aziz expressou sua frustração, chegando a dizer que, do jeito que as coisas estavam, a CPI não ocorreria. Renan Calheiros, por sua vez, declarou que não pleiteará a relatoria, destacando que sua satisfação como membro da CPI já é suficiente.
O impasse sobre a relatoria evidencia as tensões políticas que podem marcar a atuação da CPI da Braskem nos próximos meses.
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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
