A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a responsabilidade no afundamento da mina 18 da Braskem, localizada em Maceió (AL), foi oficialmente instalada nesta quarta-feira (13/12) no Senado Federal. Sob a presidência de Omar Aziz (PSD-AM), a CPI contará com Jorge Kajuru (PSB-GO) como vice-presidente, enquanto a definição do relator permanece indefinida até a próxima terça-feira (19/12).
O processo de escolha do relator é objeto de controvérsia entre duas facções distintas dentro da CPI, que debatem os critérios adequados para essa seleção.
O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), alinhado politicamente ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), solicitou um compromisso do presidente da CPI para evitar a escolha de um relator oriundo de Alagoas ou da Bahia, estado-sede da Braskem. Cunha argumentou que esse acordo prévio, firmado “entre quatro paredes”, garantiria a imparcialidade da CPI.
O impasse decorre de uma disputa política local, com Cunha buscando assegurar que a escolha do relator leve em conta o estado de origem de cada senador. Caso esse critério seja adotado, Renan Calheiros (MDB-AL) não assumiria a relatoria, evitando assim uma acirrada disputa política entre os grupos mais influentes de Alagoas.
Além disso, há o receio do governo em relação à CPI, evitando que ela reabra questões envolvendo a Petrobras e a Odebrecht, acionistas da Braskem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se com políticos alagoanos para discutir a instalação do colegiado, temendo que Renan, caso seja o relator, utilize a CPI para desgastar Arthur Lira, seu adversário político.
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O governo busca evitar conflitos e desentendimentos com o presidente da Câmara.
Apesar das divergências sobre a relatoria, Omar Aziz assegurou que todos os membros da CPI estão aptos a participar do processo, enfatizando o compromisso com uma investigação profunda e imparcial sobre o afundamento da mina da Braskem em Maceió.
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Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
