Em represĂ¡lia Ă CPI da covid, Senado desengaveta PEC da decisĂ£o monocrĂ¡tica
Uma PEC de 2019 foi reapresentada no dia seguinte Ă decisĂ£o monocrĂ¡tica de Barroso de mandar abrir CPI da covid no Senado

Publicado em: 11/04/2021 Ă s 10:47 | Atualizado em: 11/04/2021 Ă s 11:28
NĂ£o precisou nem de 24 horas para o Senado reagir Ă ordem do ministro LuĂs Roberto Barroso, do STF, para abertura da CPI da covid. Trata-se de investigaĂ§Ă£o contra o governo de Jair Bolsonaro na gestĂ£o da epidemia do coronavirus.
Como se fosse represĂ¡lia, a presidĂªncia do Senado desengavetou a PEC (proposta de emenda Ă ConstituiĂ§Ă£o) que restringe decisões monocrĂ¡ticas no JudiciĂ¡rio.
A PEC Ă© a 8/2021 e foi publicada apĂ³s o senador Oriovisto GuimarĂ£es (Podemos-PR) reapresentar a mesma proposta de 2019. Nessa Ă©poca, o Senado rejeitou.
Entre outras situações, a PEC quer que o pedido de vista feito por um ministro do STF seja estendida a todo o plenĂ¡rio. AlĂ©m disso, o caso deverĂ¡ retornar para julgamento em atĂ© seis meses.
GuimarĂ£es ainda tentou justificar que estava reapresentando a PEC nĂ£o por causa da liminar de Barroso.
Contudo, afirmou que “o Supremo tem que aprender a ser um colegiado, decidir os 11. Quando um ministro decide sozinho, esse ministro fica com um poder absurdo”.
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Exemplo de Lula
Outra proposta contra as decisões individuais de ministro é do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Ela se refere às anulações de atos em processos penais.
Por exemplo, a do ministro Edson Fachin, que declarou a incompetĂªncia da vara que era comandada pelo ex-juiz SĂ©rgio Moro. Dessa maneira, anulou as condenações do ex-presidente da RepĂºblica Lula da Silva (PT) na operaĂ§Ă£o Lava Jato.
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Bolsonaro como “monarca”
Na decisĂ£o monocrĂ¡tica de mandar o Senado abrir a CPI, Barroso citou 12 vezes o nome do ex-decano Celso de Mello.
É que este tinha sido relator de trĂªs casos que embasaram a decisĂ£o de Barroso, que se tornou alvo da ira de Bolsonaro. O ministro foi acusado pelo presidente de fazer “militĂ¢ncia polĂtica” e “politicalha”.
Mello, contudo, criticou a atitude de Bolsonaro. Ao EstadĂ£o, disse que o presidente da RepĂºblica age como um “monarca presidencial”. AlĂ©m disso, “revela a face sombria de um dirigente polĂtico que nĂ£o admite nem tolera limitações ao seu poder”.
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Foto: Pedro França/AgĂªncia Senado