Delação de Cabral não convence procurador, que pede revisão

O procurador-geral Augusto Aras disse que há elementos que indicam que Cabral ainda oculta patrimônio e que ele não entregou informações suficientes para colaborar com investigações.

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 11/02/2020 às 14:38 | Atualizado em: 11/02/2020 às 14:38

O procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), recorreu, nesta terça-feira (11), da decisão do ministro Luiz Edson Fachin que, na semana passada, homologou a delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. As informações são do G1. 

Caberá a Fachin decidir se reverte a própria decisão ou se leva o caso a julgamento no plenário da Segunda Turma, que analisa casos da Lava Jato, ou para discussão entre todos os ministros da Corte. 

Pela publicação do G1, o acordo de delação foi firmado com a Polícia Federal em dezembro. O teor da colaboração está sob sigilo. 

Antes mesmo da homologação, segundo o portal da Globo, Aras foi contra a delação por considerar que os valores que Cabral se comprometeu a devolver já estavam bloqueados pela Justiça e que o ex-governador não apresentou fatos novos nos depoimentos. 

Agora, o procurador disse que há elementos que indicam que Cabral ainda oculta patrimônio e que ele não entregou informações suficientes para colaborar de modo efetivo com as investigações. 

Aras quer que, caso a delação seja mantida, o acordo não afete as prisões decretadas contra Sérgio Cabral. 

O ex-governador está preso desde novembro de 2016, e foi condenado a mais de 280 anos de prisão pela Justiça. A maioria desses processos está relacionada à operação Lava Jato. 

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Foto: Roberto Jayme/TSE/arquivo