Denúncia de Damares sobre crianças do Pará tem cara de fake news

Secretaria Nacional de Justiça nega ter recebido relatos da bolsonarista sobre abuso de crianças na ilha do Marajó

Mariane Veiga

Publicado em: 26/10/2022 às 11:23 | Atualizado em: 26/10/2022 às 11:33

A Secretaria Nacional de Justiça informou em ofício ao Itamaraty que não recebeu nenhuma informação nem tem ciência de casos similares à denúncia feita pela ex-ministra Damares Alves. É o que informa o blog da Andréia Sadi.

Senadora eleita pelo DF, a apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) acusa que haja tráfico de crianças, tortura e abuso infantil no Arquipélago de Marajó.

As informações teriam sido obtidas enquanto ela era ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Em ofício, o procurador federal Bruno de Andrade Costa responde solicitação do Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conatrap), feito ao Itamaraty, formado por organizações da sociedade civil que atuam no combate ao abuso de crianças e adolescentes.

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Segundo Bruno, a Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoa e Contrabando de Migrantes (CGETP,) “não recebeu informações ou tem ciência sobre casos específicos de tráfico de pessoas, exploração sexual e tortura de crianças no Arquipélago do Marajó”.

Damares fez a suposta denúncia durante campanha para a reeleição do presidente Bolsonaro, uma delas dentro de uma igreja.

Em Goiás, Damares disse que tinha a informação de que crianças eram traficadas para o exterior e submetidas a mutilações.

A ex-ministra disse ainda que o ministério teria “imagens de crianças brasileiras que cruzam as fronteiras sequestradas”.

No entanto, Damares recuou e disse que sua fala tinha como base relatos sobre estupros e tráfico de crianças que ouviu “nas ruas”.

A agora senadora eleita e o ministério da Mulher foram instados por órgãos internacionais para apresentar provas.

Em resposta, oficiaram o Ministério da Justiça e suas respostas são de que a história não existe.

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Foto: Alan Santos/Presidência da República