Como no AM, dono da Cigás quer R$ 100 bilhões do país para gasodutos

Assunto é manchete do jornal O Estado de S.Paulo desta terça. A reportagem fala de Carlos Suarez, que ganhou a Cigás de Amazonino em 1995

Cigás @cigasam Carlos Suarez

Neuton Corrêa, do BNC AMAZONAS

Publicado em: 10/05/2022 às 07:05 | Atualizado em: 10/05/2022 às 07:05

Uma articulação envolvendo o Centrão e Carlos Seabra Suarez, dono da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), relembra um filme ocorrido no estado em 1995.

É que o Centrão está agindo no Congresso Nacional para aprovar um projeto de R$ 100 bilhões para a construção de gasodutos no país.

O dinheiro, que “se aproxima a tudo o que o governo tem para despesas com investimentos e custeio da máquina pública em 2022”, escreve o Estadão desta terça-feira, 10, beneficia, porém, apenas os interesses de um brasileiro: Carlos Suarez.

Caso aprovado, o dinheiro sairá do lucro com a exploração do pré-sal que iria para o Tesouro Nacional.

Assim, o empresário poderá expandir seus negócios de distribuição de gás, hoje concentrados nas regiões Norte e Nordeste.

O atalho traçado por ele, agora, se assemelha ao que fez na década de 1990, para ganhar a Cigás do então governador Amazonino Mendes.

Ele ganhou a empresa por meio da lei 2.325 de 8 de maio de 1995.

Depois disso, com verba pública, a Cigás também ganhou a rede de gasodutos construída em Manaus.

Essa rede se conecta com os 661 quilômetros do gasoduto Coari-Manaus, também construído com verba pública.

Ou seja, o dono da Cigás não investe, mas ganha o direito de explorar os negócios.

Jabuti – estilo Suarez

O jornal O Estado de S.Paulo escreve hoje como Suarez pretende ampliar seu império de distribuição de gás no Brasil.

“A articulação prevê que seja incluído um “jabuti” – termo usado para se referir a emendas que não têm relação com propostas originais – no Projeto de Lei 414, texto que trata de medidas de modernização do setor elétrico. Na semana passada, o relator do texto, deputado Fernando Coelho Filho (União Brasil-PE), teve uma conversa reservada, na qual combinou os termos com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O que está por vir é um “jabuti surpresa”. Durante a votação da urgência do projeto, a emenda surgiria no texto, sem uma análise prévia dos deputados”.

Leia a reportagem no Estadão