Cobrado pela Câmara sobre campanhas educativas contra a covid-19, Eduardo Pazuello respondeu com vídeos da gestão de Luiz Henrique Mandetta, de dez meses atrás.
Na última segunda-feira (1º), em material assinado por Pazuello, o Ministério da Saúde enviou à Casa 11 vídeos institucionais, publicados em 2 de abril de 2020, que orientam a população sobre os cuidados contra a pandemia, como o isolamento social.
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“Para tudo isso passar, precisamos primeiro lutar contra o corona. Fique em casa. De verdade. Por respeito aos profissionais de saúde que estão arriscando a vida. Por respeito aos idosos que ainda têm muito por viver”, diz um dos vídeos.
Em outro, intitulado “Fique em casa”, sofás são apresentados como armas para lutar na “guerra” da pandemia:
“Na Primeira Guerra Mundial, os combatentes tiveram que usar essas armas (máscaras de gás) . Na Segunda, essas (mísseis) . Na guerra que estamos vivendo, as armas necessárias todo mundo pode usar (sofás) . Combata o avanço da transmissão do coronavírus. Fique em casa”.
A Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, responsável pelos vídeos — de abril de 2020 —, escreveu no mês passado que “essas ações têm função social (…), envolvendo multiplicadores comprometidos com a prevenção de indicadores negativos e com as práticas em saúde em defesa da vida”.
Duas semanas depois dos vídeos, Mandetta foi demitido por Jair Bolsonaro.
Na gestão do general Pazuello — investigado pela PF por suposta omissão ao sistema de saúde no Amazonas —, é mais comum a pasta falar em “tratamento precoce”, sem eficácia comprovada, do que em isolamento social, bem ao estilo de Jair Bolsonaro.
Em novembro de 2020, por exemplo, o ministério comandado pelo general apagou um post no Twitter que defendia o isolamento social e esclarecia que não existe remédio contra a Covid.
A publicação oficial só ficou uma hora no ar.
A manifestação de Pazuello foi em resposta a um requerimento de informações do deputado José Nelto, do Podemos de Goiás, feito em dezembro.
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Foto: Euzivaldo Queiroz/ Especial MS