O endocrinologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia/DR, João Lindolfo Cunha Borges, está comandando pesquisa sobre uma nova molécula que ajuda as pessoas a perder peso.
Dessa forma, em entrevista sobre o tema CB Saúde, do Correio Braziliense, ele abordou a relação da diabetes com a perda de peso.
Sobretudo, trata-se de uma pesquisa que ele desenvolve no Distrito Federal de uma droga com resultados promissores nesse sentido.
Tem uma molécula nova chamada Tirzepatida, nós inclusive estamos no segundo estudo. O primeiro foi para diabéticos com doença cardiovascular, ou seja quem teve infarto ou derrame, e o resultado foi ótimo, porque a gente queria prevenir o segundo derrame e infarto. Ela se comprovou muito efetiva e, pelos dados que nós temos, é a droga mais efetiva para perda de peso, todavia ainda não foi feito estudos exclusivamente para perda de peso. Nós temos agora um estudo de pessoas que têm IMC (índice de massa corporal) acima de 27 e que não tenham diabetes, e tenham algum risco de complicação cardiovascular. A gente vai focar agora na perda de peso, ela está autorizada na Europa e nos Estados Unidos, mas exclusivamente para diabetes ainda. E agora estamos fazendo estudos para liberar também para obesidade. Pelo que estudei, é a droga mais potente que tem. É uma injeção semanal que leva a uma grande perda de peso.
Além disso, ao ser questionado qual a faixa mais ou menos de perda, em porcentagem ele apontou:
Podemos pensar em porcentagem de mais de 25% do excesso de peso. Não do peso total, mas do excesso de peso. É um estudo de dois anos, muito curto, se a pessoa usar isso por longo período, pode perder até mais, e preciso lembrar que sempre acompanhado de uma dieta e exercício físico, não tem mágica.
Ao mesmo tempo, a jornalista Carmen Souza, perguntou ao pesquisador explicou: “Ela é da mesma classe ou é diferente da Semaglutida, que está fazendo sucesso também?”. Ao que ele respondeu:
A Semaglutida se assemelha a uma droga que o intestino faz. A Tirzepatida se assemelha a duas drogas que o intestino faz. Então ela tem um efeito duplo, por isso que talvez ela seja a mais potente de todas. E é por isso que ela leva a perda de peso e tanta diminuição da glicose.
Cirurgia bariátrica
Em suma, endocrinologista assegurou que com isso pode se falar no fim da cirurgia bariátrica .
Podemos sim, falar no fim da cirurgia bariátrica, o cirurgião bariátrico gosta muito de falar isso, mas a cirurgia bariátrica não acaba quando o indivíduo faz o procedimento. Porque 70% das pessoas vão voltar depois de 10 anos a operar, os cuidados da cirurgia bariátrica são para sempre. Essas medicações não são baratas, estão em torno de R$ 800 por mês, mas se a gente for escrever na ponta do lápis o custo crônico da cirurgia bariátrica, talvez esse custo seja melhor, sem a mutilação do intestino e do estômago.
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