Estados podem comprar 66,6 milhões de doses da Sputnik V

Para alguns governadores, a Anvisa tem travado a compra por questões burocráticas. Rui Costa, da Bahia, disse que falta consideração, por parte da agência, com a vida humana.

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Diamantino Junior

Publicado em: 07/04/2021 às 10:27 | Atualizado em: 07/04/2021 às 11:05

Governadores voltam a se reunir nesta quarta-feira (07), com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para estabelecer ações que viabilizem a importação da Sputnik V. Esta terça-feira foi um dia de movimentações para tratativas da liberação do imunizante russo.

Ao todo, 12 representantes estaduais se encontraram com diretores da agência e cobraram agilidade no processo de aprovação. O consórcio quer a importação de 66,6 milhões de doses ao país.

Os estados envolvidos em negociações de compra do antígeno são: Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Ceará, Sergipe, Pernambuco, Rondônia e Pará.

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O único estado do Centro-Oeste que também realizou o pedido foi o Mato Grosso. O Amapá também conta com tratativas de compra do medicamento, mas ainda não realizou nenhum pedido junto à Anvisa.

Para alguns governadores, a Anvisa tem travado a compra por questões burocráticas. Rui Costa, da Bahia, disse que falta consideração, por parte da agência, com a vida humana.

O governador do Piauí, Wellington Dias, destacou a importância da aprovação do imunizante. “A decisão da Anvisa é que garante que a gente tenha condição de em abril ter vacinas da Sputnik V nesse contrato com os Estados e o Ministério da Saúde.”

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin para tratar da compra da Sputnik V.

“Acabei de receber um telefone do presidente Putin, um dos assuntos mais importantes que tratamos aqui é a possibilidade de nós virmos a receber a vacina Sputnik daquele país. Se Deus quiser, brevemente, estaremos resolvendo essa questão da vacina Sputnik. No momento, agradeço o presidente Putin pela maneira que tratou esse assunto com o Brasil”, disse.

O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, reiterou que vai enviar uma equipe para inspecionar as instalações e condições de produção da vacina. Ele frisou a importância da viagem, mas não disse que seria determinante para liberação da importação.

“A visita à Rússia esclarece pontos, busca esclarecer pontos fundamentais. Existem possibilidades de importação excepcional, mas fazem parte de vários dentes dessa engrenagem. Então com certeza essa visita vai ser muito esclarecedora.”

A União Química apresentou na semana passada o primeiro lote da vacina produzida 100% em território nacional.

No entanto, ainda não há autorização para o uso emergencial do imunizante. O pedido já foi feito pela empresa e segue aguardando o aval da Anvisa.

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Foto: Sputnik Reprodução/TV