O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello ficou perplexo e criticou a atitude do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que atirou contra agentes da Polícia Federal (PF), na manhã deste domingo (23). “É faroeste?”, questionou
O ato ocorreu na cidade de Levy Gaparian, a 130 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, onde mora o ex-deputado.
“É o faroeste? Se instalou o faroeste, a lei do mais forte? O mais forte que detém o monopólio da força é o Estado, só o Estado, mais ninguém. Nós somos cidadãos, devemos obediência às normas jurídicas e devemos também respeito às instituições”, disse o magistrado à repórter Thalys Alcântara, do Metrópoles .
Jefferson atacou a tiros e a granadas policiais que foram cumprir mandado de prisão contra ele. Dois agentes da PF ficaram feridos, mas estão recuperados.
“Algo inacreditável. Isso aí é impensável. É algo que foge à razoabilidade, foge ao senso de urbanidade, e é desconhecer a autoridade da Polícia Federal. Não há justificativas, nós não precisamos no Brasil de machões, precisamos de homens sérios, compenetrados quanto aos anseios da população”, declarou ainda o ex-ministro.
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Ataque a ministra
Na última semana, Roberto Jefferson publicou um vídeo em que atacou a ministra do STF Cármen Lúcia com xingamentos misóginos.
“Divergir você pode divergir do voto proferido. Agora, enxovalhar o autor do voto, isso implica ataque a instituição, a instituição é o Poder Judiciário. É ruim, é péssimo, revela que nós vivenciamos tempos estranhos”, disse ainda Marco Aurélio.
Ao xingar a ministra, Jefferson estava em prisão domiciliar, mas juristas avaliaram que o ataque à ministra foi crime de difamação, o que é quebra de cautelar, condenando o ex-deputado a voltar para o regime fechado.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF