Favorito de Bolsonaro ao MEC, Feder vende até máscaras ao governo   

Empresa da qual Feder é sócio mantém contratos milionários com o governo de Bolsonaro desde o ano passado

Feder

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 03/07/2020 às 19:08 | Atualizado em: 03/07/2020 às 19:10

Depois de voltar a ser apontado como favorito para ministro da Educação (MEC), Renato Feder já corre risco de não assumir. Havia expectativa de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciasse hoje (3) o seu nome para a pasta. 

Ocorre que investigação da mídia, por parte da CNN Brasil, mostra que ele mantém contratos milionários com o governo de Bolsonaro. São dois, firmados desde o ano passado por meio da empresa Multilaser, da qual Feder é sócio. 

De acordo com a CNN, há documentos provando que o ex-secretário de Educação do Paraná atuou simultaneamente em cargo administrativo na empresa. 

O primeiro contrato, de R$ 14,2 milhões, a empresa forneceria 28 mil tablets ao IBGE, para o censo 2020, que acabou adiado pelo coronavírus. 

O segundo, sem licitação, foi compra de 100 mil máscaras cirúrgicas por R$ 313 mil, via MEC. 

Conforme a TV, a empresa de Feder tem contratos comerciais com o governo federal desde 2011. Até 2018, por exemplo, fez 28 com vários órgãos do Planalto. 

O empresário, dessa forma, corre risco de ficar de fora do governo pela segunda vez. Na primeira tentativa, com a saída de Abraham Weintraub, Feder surgiu como o primeiro nome para o cargo.

Porém, um detalhe pode ter pesado na desistência de Bolsonaro. É que Feder foi um dos maiores doadores, R$ 120 mil, para a campanha de João Dória em 2016. Este, portanto, é hoje o principal desafeto político do presidente da República.

 

Leia mais 

Ministro da Educação pede demissão a Bolsonaro antes de assumir cargo 

 

Conflito de interesses 

Feder já não exerce a presidência do conselho de administração da empresa desde maio de 2019. Contudo, até essa data participou de reuniões do colegiado como conselheiro administrativo. E só viria a ser destituído em agosto do ano passado. 

De conformidade com especialistas, Feder pode ter infringido a lei do servidor público do Paraná exercendo atividades públicas e privadas ao mesmo tempo. 

Leia mais no portal da CNN Brasil. 

 

Foto: Reprodução/YouTube