General de Bolsonaro deixa no ar tom de “ameaça” de golpe militar

As declarações do ministro Luiz Eduardo Ramos provocaram reações negativas no meio político. Parlamentares classificaram a sua fala  como "ameaça"

Publicado em: 13/06/2020 Ă s 08:24 | Atualizado em: 13/06/2020 Ă s 08:24

O ministro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos, afirmou em entrevista Ă  revista “Veja” que Ă© “ultrajante e ofensivo” falar em “golpe”. Sobretudo por parte das Forças Armadas. Ele disse que o presidente Jair Bolsonaro “nunca pregou o golpe”. Entretanto, em tom ameaçador fez uma ressalva: “NĂ£o estica a corda”.

As declarações do ministro provocaram reações negativas no meio polĂ­tico. Conforme fala do ministro, parlamentares classificaram a sua fala  como “ameaça”.

Nas Ăºltimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro compareceu a manifestações prĂ³-governo em BrasĂ­lia, nas quais os manifestantes costumam levar faixas que pedem intervenĂ§Ă£o militar e fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, reivindicações antidemocrĂ¡ticas e inconstitucionais.

Na reuniĂ£o ministerial de 22 de abril, cujo conteĂºdo da gravaĂ§Ă£o se tornou pĂºblico apĂ³s decisĂ£o do STF, Bolsonaro se referiu ao artigo 142 da ConstituiĂ§Ă£o para dizer que, com base nesse artigo, as Forças Armadas poderiam intervir para “restabelecer a ordem”.

Por outro lado, o ministro Luiz Fux, do STF, porĂ©m, jĂ¡ decidiu que as Forças Armadas nĂ£o sĂ£o “poder moderador”. Este, principalmente em eventual conflito entre poderes.

A Ordem dos Advogados do Brasil e a CĂ¢mara dos Deputados tambĂ©m emitiram pareceres com entendimento semelhante. Sobretudo de que nĂ£o cabe Ă s Forças Armadas o papel de poder moderador.

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Foto: Foto: Marcos CorrĂªa/PR

 

 

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