Ex-agentes da PRF sĂ£o condenados por morte de Genivaldo de Jesus Santos
Justiça Federal condena ex-agentes da PRF por homicĂdio e tortura na morte de Genivaldo de Jesus Santos, vĂtima de abordagem violenta em 2022.

Publicado em: 07/12/2024 Ă s 12:54 | Atualizado em: 07/12/2024 Ă s 12:54
Em matĂ©ria dos jornalistas JoĂ£o Pedro Pitombo e Eliene Andrade, a Folha de S.Paulo traz o desfecho de um caso de violĂªncia policial, que chocou o Brasil. Os trĂªs ex-agentes da PolĂcia RodoviĂ¡ria Federal (PRF) envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos foram condenados neste sĂ¡bado (7/12), apĂ³s 11 dias de julgamento na Justiça Federal de Sergipe. Genivaldo foi asfixiado durante uma abordagem policial em UmbaĂºba, Sergipe, em maio de 2022, quando foi colocado no porta-malas de uma viatura com gases tĂ³xicos.
Sentenças e argumentos das defesas
Paulo Rodolpho Lima Nascimento foi condenado a 28 anos de prisĂ£o por homicĂdio triplamente qualificado. JĂ¡ KlĂ©ber Nascimento Freitas e William de Barros Noia receberam penas de 23 anos, um mĂªs e nove dias por tortura seguida de morte.
As defesas sustentaram que nĂ£o houve intenĂ§Ă£o de matar, argumentando que as ações dos policiais seguiam protocolos operacionais. Os advogados ainda questionaram a validade dos laudos periciais apresentados pela acusaĂ§Ă£o.
Busca por justiça e dor das famĂlias
Ao longo do julgamento, que incluiu o depoimento de 30 testemunhas, familiares de Genivaldo compartilharam a dor de reviver o episĂ³dio. Maria Vicente de Jesus, mĂ£e da vĂtima, afirmou que a ausĂªncia do filho Ă© insuportĂ¡vel e que “justiça” Ă© a Ăºnica resposta aceitĂ¡vel.
Na sexta-feira (6/12), familiares e manifestantes reuniram-se em frente ao fĂ³rum. Laura de Jesus, irmĂ£ de Genivaldo, declarou: “Esses dias foram difĂceis, mexeram numa ferida que ainda estĂ¡ aberta. SĂ³ queremos justiça.”
O crime e as investigações
Genivaldo, diagnosticado com esquizofrenia, foi parado por dirigir sem capacete.
Durante a abordagem, foi imobilizado, atingido por spray de pimenta, colocado no porta-malas de uma viatura e exposto a gases tĂ³xicos por mais de 11 minutos, o que causou sua morte por asfixia.
Os agentes foram demitidos da PRF em agosto de 2023, apĂ³s recomendaĂ§Ă£o da corregedoria.
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Em outubro de 2022, tornaram-se rĂ©us com base na denĂºncia do MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF), que apontou abuso de autoridade e uso desproporcional da força.
O caso, que comoveu o paĂs, reafirmou a luta por justiça e reavivou discussões sobre protocolos de segurança e direitos humanos nas ações policiais.
Foto:  Juliana GalvĂ£o/Ascom TRF5