Um ofício do Conselho de Saúde Indígena Yanomâmi e Ye’kuanna (Condisi-YY) aponta que nove crianças morreram com sintomas de Covid-19 em duas comunidades na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
O documento, assinado pelo presidente do órgão, Júnior Hekurari Yanomami, pede ajuda para o envio de profissionais de saúde à região.
Em nota, o governo Bolsonaro, por meio do Ministério da Saúde informou que recebeu do Condisi-YY a comunicação das mortes.
A pasta informa que “está verificando junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami a veracidade das informações”. Conforme diz a nota, “o Dsei encaminhou uma equipe aos locais para averiguar a situação, mas ressalta que, até o momento, os óbitos não foram confirmados para Covid-19”.
Segundo o presidente do Condisi-YY, foram registradas quatro mortes na comunidade Waphuta. Portanto, foram duas delas no último dia 25, e outras cinco em Kataroa, região do Surucucu, em Alto Alegre, Norte de Roraima.
Os postos de saúde da região estão fechados há cerca de dois meses, ainda de acordo com o presidente.
No mesmo ofício em que ele solicitou providências à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e ao Dsei-Y sobre as mortes, Hekurari também cobrou, com urgência, o envio de profissionais de saúde para a região.
A Terra Indígena Yanomami é a maior do Brasil e também a mais vulnerável à Covid-19 na Amazônia.
Em três meses, o vírus avançou 250% nas comunidades, segundo relatório produzido por uma rede de pesquisadores e líderes Yanomami e Ye’kwana. De acordo com Herkurari, as crianças tinham entre um e cinco anos e não há como precisar a data exata de todas as mortes. Ele diz, contudo, que todas ocorreram no mês de janeiro.
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Foto: Júnior Hekurari Yanomami/Condisi-YY/Divulgação