Governo Lula mima centrão com 59% das emendas pagas
Bloco leva a maior fatia dos recursos liberados; PL, da oposição, foi o partido mais beneficiado individualmente.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 01/07/2025 às 09:03 | Atualizado em: 01/07/2025 às 09:03
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já pagou R$ 940 milhões em emendas parlamentares neste ano, e 59% desse total foram destinados a partidos do centrão, bloco informal composto por siglas como PP, União Brasil, PSD e Republicanos.
Esse grupo também lidera a fatia dos R$ 3,13 bilhões já empenhados pelo governo, com 54% do valor reservado. As emendas empenhadas são aquelas que o Executivo se compromete a pagar, ainda que a liberação não ocorra imediatamente.
Apesar disso, quem mais se beneficiou individualmente até aqui foi o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje na oposição. A legenda teve R$ 520 milhões liberados, sendo R$ 418 milhões só nesta semana, o equivalente a 17,7% do total pago a todos os partidos.
Na sequência, aparecem MDB (11,8%), PSD (11,7%) e PT (11,5%). O volume de emendas liberadas ao PL é visto como uma tentativa do governo de conter desgastes antes da votação que derrubou decretos de Lula sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Ao todo, os parlamentares apresentaram 8.861 emendas este ano. Destas, apenas 492 foram efetivamente pagas, sendo a maioria esmagadora de emendas individuais — aquelas indicadas por um único deputado ou senador. Emendas de comissão não tiveram valores empenhados.
No Senado, a divisão se manteve: o centrão ficou com 46% das emendas empenhadas, a base governista com 37% e a oposição com 16%.
Entre os partidos que mais receberam valores já pagos, o União Brasil lidera, com R$ 130 milhões. Em seguida vêm PSD (R$ 118 milhões), PL (R$ 117 milhões), MDB (R$ 108 milhões) e PT (R$ 99 milhões).
Na Câmara dos Deputados, 58% das emendas pagas foram para o Centrão, 28% para a base aliada e 14% para a oposição. Sem maioria sólida, o Planalto segue usando a liberação de recursos como estratégia para garantir votos em meio a votações delicadas.
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