Greve dos auditores da Receita Federal mira os aeroportos do país

Nessa manifestação, que representa ao menos 1,2 milhão de servidores em todo o país, os profissionais reivindicam reajustes salariais em protesto ao Orçamento de 2022

18/01/2022 09:16

Infraero deixa administração do aeroporto de Manaus

Depois de atingir a fiscalização das cargas nas fronteiras e nos portos do país, a greve dos auditores da Receita Federal avança e pode afetar os aeroportos.

É o que promete a paralisação nacional da categoria que está marcada para esta terça-feira (18).

Nessa manifestação dos auditores, que representa ao menos 1,2 milhão de servidores em todo o país, os profissionais reivindicam reajustes salariais em protesto ao Orçamento de 2022, que contemplou somente as carreiras policiais.

De acordo com o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil), os portos vão entrar mais fortemente nas mobilizações, e há um risco iminente de as ações afetarem os aeroportos, tanto no transporte de cargas quanto no de passageiros.

Leia mais

Operação-padrão da Receita preocupa industriais da ZFM com empregos

“O desejável é não precisarmos chegar ao ponto de incomodar ainda mais a sociedade, mas isso depende de o governo cumprir o que foi apalavrado no ano passado, por meio de vários encontros com seus representantes, inclusive com os ministros Paulo Guedes, Ciro Nogueira e o presidente da República”, ressaltou o presidente do Sindifisco Nacional em Brasília, George Alex Lima de Souza.

A mobilização convocada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado) — que representa mais de 30 entidades de classe — é considerada um termômetro para o desenrolar da crise. A expectativa do Sindifisco e do Fonacate é que a ação possa contagiar outras carreiras.

Categorias mobilizadas

Na última sexta-feira, o Fonasef (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) também decidiu participar dos atos desta terça-feira.

Entre os integrantes da entidade está a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que conta com 1 milhão de servidores federais. Isso representa quase 80% de todo o funcionalismo público.

No dia da paralisação, a confederação pretende entregar ao Ministério da Economia uma reivindicação de reajuste emergencial de 19,99% – que corresponde à inflação dos três anos de governo Bolsonaro.

O servidores do Banco Central também vão paralisar as atividades do órgão neste dia 18, diante da falta de uma proposta concreta de reajuste salarial por parte do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

Em nota, a entidade afirma que a expectativa é de adesão superior a 50% dos servidores, com possível suspensão do atendimento ao público, da distribuição de cédulas e moedas, da prestação de informações ao sistema financeiro e do acesso a sistemas informatizados.

De acordo com o sindicato, a paralisação será feita entre 10h e 12h, mas a prestação de serviços considerados essenciais será mantida. A expectativa é agendar uma nova reunião com Campos Neto ainda em janeiro. Se as negociações não avançarem, a categoria debaterá greve por tempo indeterminado a partir de fevereiro.