Guedes e Lorenzoni batem boca sobre preço de combustíveis
A discussão ocorreu devido proposta feita por Onyx para a criação de um fundo de estabilização para tentar controlar os reajustes

Ferreira Gabriel
Publicado em: 14/11/2021 às 09:25 | Atualizado em: 14/11/2021 às 09:25
Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni protagonizaram na segunda-feira passada um novo bate-boca numa reunião com Jair Bolsonaro. Estiveram também como testemunhas mais quatro ministros.
Não foi a primeira discussão pública entre os dois — em outubro, houve outra na mesma sala e com quase a mesma plateia — e nem será a última.
O motivo da altercação foi o preço dos combustíveis. Ou mais precisamente a proposta feita por Onyx para a criação de um fundo de estabilização para tentar controlar os reajustes constantes.
O ministro do Trabalho disse que promovera uma reunião com alguns colegas (não os nomeou) e sugeriu que tal fundo fosse capitalizado com os dividendos que a Petrobras paga ao Tesouro (em 2020, por exemplo, foram R$ 2,9 bilhões).
Guedes reagiu. Disse que os planos de Onyx eram “mirabolantes”. E atacou: “Você é o ministro que mais cobra e o que menos entrega”.
Guedes afirmou que é contra financiar o fundo desta forma. E que os dividendos pagos à União pela Petrobras “e umas poucas estatais lucrativas, como o BNDES” servem para “cobrir a conta das estatais deficitárias”.
E comparou, numa de suas frases de efeito: “O Onyx quer fazer uma transfusão de sangue de um local que está exangue”.
Mas o tema está em aberto. O fundo de estabilização, que atuaria para atenuar as oscilações do preço dos combustíveis, é uma ideia que enche os olhos de Bolsonaro.
Técnicos da Casa Civil também estão à procura de uma solução para este abacaxi. Por enquanto, sem solução à vista.
Leia mais na coluna de Lauro Jardim em O Globo
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Foto: Divulgação