Covid: corpos de ianomâmis são exumados para novo sepultamento
A falta de rituais fúnebres próprios para a cultura ianomâmi prejudica o morto no plano espiritual e a comunidade no plano físico, segundo crença indígena.

Publicado em: 23/03/2023 às 19:44 | Atualizado em: 23/03/2023 às 19:53
Dois corpos de crianças ianomâmis, um recém-nascido e um adolescente, que morreram de Covid-19 em 2020, foram exumados em Boa Vista (RR) por decisão da Justiça Federal de Roraima e serão devolvidos às suas comunidades de origem.
A falta de rituais fúnebres próprios para a cultura ianomâmi prejudica o morto no plano espiritual e a comunidade no plano físico, segundo crença indígena.
O adolescente de 15 anos, primeiro da etnia a morrer de Covid-19 no país, passará por um procedimento sanitário antes de ser enviado para sua comunidade, localizada na fronteira entre Brasil e Venezuela, dentro do território Ianomâmi.
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A Defesa Civil de Roraima proibiu os rituais fúnebres na época, mas a exumação foi recomendada pelo Ministério Público Federal em dezembro de 2021.
A Secretaria de Saúde Indígena recusou a recomendação, então o MPF ajuizou uma ação civil pública para obrigar a União e o Governo de Roraima a efetuar a exumação e o translado até as comunidades. Em fevereiro deste ano, a Justiça deu dez dias à União para o cumprimento da decisão.
Leia mais na matéria de Mariah Aquino publicada no portal Metrópoles
Foto: divulgação