Indústrias cobram que governo decida se quer continuar com ZFM

Insumos ZFM Indústrias

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 05/12/2018 às 22:28 | Atualizado em: 05/12/2018 às 22:28

O anúncio da saída da fábrica da Pepsi do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) agitou o mercado de produtores de refrigerantes de todo o país. Enquanto a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir) defende a permanência, a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) é a favor da saída das empresas do Amazonas.

“O governo tem que decidir se quer continuar com a Zona Franca de Manaus. Se o benefício ficar em 4%, a operação não fica de pé e as empresas não vão ficar lá”, disse o presidente da Abir, Alexandre Jobim.

A saída da Pepsi é, para a Abir, o início do desmantelamento da ZFM.

Toda a questão gira em torno da mexida na alíquota do IPI (Imposto de Produtos Industrializados) que o governo federal fez em maio deste ano.

Por decreto, o presidente da República reduziu de 20 para 4% a cobrança sobre o concentrado (xarope de guaraná) usado no refrigerante. Como as empresas instaladas na ZFM têm isenção de tributos, esses 20% viravam créditos para elas, e assim podiam usar para outros fins.

Nem o recuo do governo em setembro, que aumenta a alíquota para 12% no primeiro semestre de 2019, e para 8% no segundo semestre, parece ter animado o mercado. Isso porque, nessa medida, Temer volta a alíquota a 4% em 2020.

Foi o que alegou a Pepsi na saída da ZFM, de que precisa se “posicionar para um crescimento de longo prazo, independente da recente mudança no regime tributário”.

 

Superintendente da ZFM ensina

Enquanto a Pepsi fazia as malas para deixar o polo industrial de Manaus, o titular da Superintendência da ZFM (Suframa), Appio Tolentino, e sua comitiva ensinavam aos bolivianos como alavancar os negócios na zona franca da cidade de Cobija.

Até esta data, Tolentino nada disse sobre a perda de uma gigante do setor de bebidas.

 

Leia mais

Chegou a fatura: Pepsi anuncia saída da Zona Franca

 

A torcida contrária

A Afrebras vê como positiva a saída das grandes empresas da ZFM porque considera a isenção do IPI dos concentrados como concorrência desigual.

“Estamos lutando para que as quatro principais fabricantes fechem [suas unidades em Manaus]. Uma já fechou”, afirmou Fernando Bairros, presidente da Afrebras.

Leia a matéria completa de Mariana Desidério no portal da Exame.

 

Foto: Reprodução/site Casal Gastronômico