Lá vem mais um reajuste de energia, alerta Aneel

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, nesta segunda-feira (7), que as tarifas de energia elétrica subirão, em média, 3,5% em 2025. Embora o reajuste fique abaixo da inflação projetada — de 5,6% pelo IPCA e 5,1% pelo IGP-M —, os consumidores devem se preparar. A conta de luz poderá subir ainda mais por causa das bandeiras tarifárias, que devem ser acionadas já em maio.

De acordo com a Aneel, dois fatores explicam a alta. O primeiro é o aumento de 2% na “parcela B”, que cobre os custos de distribuição. O segundo é o acréscimo de 1,6% nos encargos setoriais, principalmente na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que reúne os principais subsídios do setor. Por outro lado, a agência aponta uma redução de 2,7% nos componentes financeiros da tarifa. Isso se deve, sobretudo, à devolução de valores cobrados indevidamente antes da exclusão do ICMS da base do PIS/Cofins.

Ainda assim, o alívio na tarifa não será suficiente. Com a chegada do período seco e o aumento do risco no modelo de precificação, o custo da geração deve subir. Mesmo com os reservatórios das hidrelétricas em cerca de 70% — nível considerado confortável —, o mercado de curto prazo já apresenta sinais de pressão. Consequentemente, a bandeira amarela deve entrar em vigor.

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Câmara de Comercialização

Segundo projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o governo deve acionar a bandeira amarela já em maio. Com isso, o consumidor pagará R$ 1,88 a mais a cada 100 kWh consumidos. A tendência, no entanto, é de piora. A corretora Warren Rena prevê bandeiras ainda mais caras entre junho e outubro. Nesse período, devem vigorar as bandeiras vermelhas nos patamares 1 e 2. Os acréscimos são altos: R$ 4,46 por 100 kWh na bandeira vermelha 1 e R$ 7,87 na vermelha 2.

A Ampere Consultoria confirma esse cenário. A empresa também prevê bandeira amarela em maio, seguida por bandeiras vermelhas até novembro. Apenas em dezembro, o cenário deve melhorar, com o retorno da bandeira amarela. A consultoria deve atualizar suas previsões ainda nesta semana.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para repassar de forma imediata os custos extras da geração de energia aos consumidores. Além disso, alerta para a situação do setor elétrico e estimula o uso consciente da energia. Para definir a cor da bandeira, a Aneel considera diversos fatores. Entre eles estão o preço de liquidação das diferenças (PLD) e o risco hidrológico (GSF), que afeta diretamente os geradores hidrelétricos.

Em 2024, a bandeira verde permaneceu até julho. A Aneel acionou a bandeira amarela em setembro e a manteve até novembro. Em dezembro, o sistema voltou à bandeira verde. Para 2025, no entanto, o cenário exige atenção. Apesar do reajuste moderado nas tarifas, as bandeiras tarifárias devem manter a conta de luz elevada durante a maior parte do ano.

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Foto: divulgação/Amazonas Energia