O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que errou ao não assumir que era candidato à presidência da República em 2014, ano em que a colega de partido Dilma Rousseff foi lançada à disputa. E disse que o desemprego no país não é da conta de Dilma, “como dizem os canalhas” .
A declaração ocorreu em entrevista a Carta Capital, na quarta-feira 4, em Curitiba (PR), onde o petista está preso.
Ele havia sido perguntado se deveria ter sido o ministro-chefe da Casa Civil desde o início do segundo mandato de Dilma, em vez de tentar ocupar o cargo tarde demais.
Em 16 de março de 2016, o Palácio do Planalto anunciou que Lula comandaria a pasta, no entanto, a nomeação foi impedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula argumentou que aceitou o cargo mesmo sem achar conveniente e disse que deveria ter se assumido como postulante à Presidência em 2014.
“No Palácio do Planalto e em nenhum palácio do mundo cabem dois presidentes, não é possível. É preciso saber quais foram as circunstâncias que eu, naquela época, depois da uma hora da manhã, disse ‘sim’. Mas eu não achava conveniente politicamente, porque eu estaria entrando como o salvador da pátria”, afirmou.
“Mas também não vamos discutir isso agora, é desagradável. Se eu tivesse que citar um erro cometido por mim, é o de não ter assumido que eu era candidato em 2014 e não assumi porque gosto da Dilma, respeito ela e, democraticamente, ela tinha o direito de ser candidata”, afirmou.
“O que eu acho é que nós não fizemos política corretamente. A Dilma, o PT, eu, todo mundo, erramos na política e colhemos o que plantamos, com a direita ensandecida querendo destruir o pouco que nós tínhamos conquistado de social nesse país”, disse.
Em outro trecho da entrevista, Lula sinalizou que, se inocentado, pode concorrer às eleições presidenciais pelo seu partido em 2022.
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Foto: Reprodução/Correio do Povo