Lula articula novo pacto federativo com governadores eleitos
O objetivo é tentar articular um início de mandato mais tranquilo para a nova gestão

Publicado em: 05/11/2022 às 12:00 | Atualizado em: 05/11/2022 às 12:00
Emissários do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), têm procurado governadores adversários em busca de compor um novo pacto federativo para 2023.
Em meio a protestos golpistas que bloquearam estradas pelo país, o objetivo é tentar articular um início de mandato mais tranquilo para a nova gestão.
Enquanto o núcleo duro da campanha — chefiado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmannn — foca no governo de transição, interlocutores da aliança (das dez legendas que compuseram a chapa) buscam os nomes que vão governar os estados a partir de 1º de janeiro.
O PT avalia que pacificar a relação com os governadores no início do mandato é o primeiro passo para que o novo governo possa focar na articulação com o Congresso, principal preocupação neste momento.
Dos 27 governadores eleitos, apenas 10 compunham a chapa petista ou foram apoiados por Lula. Por isso, a aliança tem escalado lideranças locais para negociar com os eleitos nos estados, incluindo nomes do PL do presidente Jair Bolsonaro (PL), como Cláudio Castro, no Rio.
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Um novo pacto federativo
Durante a campanha, Lula repetiu com frequência a crítica de que Bolsonaro não ouvia governadores, só apoiadores, e não recebia prefeitos. Como contraponto, propôs repetidamente reunir os 27 governadores em Brasília ainda na primeira quinzena de mandato para dialogar e ouvir demandas.
Mais do que o tom eleitoral para se estabelecer como antagonista de Bolsonaro e se dizer um articulador eficiente, a intenção de Lula é compor um início de mandato com menos embates políticos. O PT já esperava que a transição fosse um período conturbado — e os bloqueios das estradas por apoiadores do presidente indicam isso — e entende que, quanto menos turbulenta for a relação com governos de oposição, melhor será a condução do governo.
Articuladores que têm procurado os governadores usam o argumento da estabilidade institucional para tentar frear pautas golpistas por parte de apoiadores de Bolsonaro e evitar episódios como a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, após a derrota do ex-presidente Donald Trump.
Leia mais na matéria de Lucas Borges Teixeira no UOL
Foto: Divulgação