Algumas das criaturas mais impressionantes da Terra se escondem nas profundidades de rios e lagos: bagres gigantes de mais de 270 quilogramas, arraias do tamanho de um fusca, trutas de dois metros de comprimento capazes de engolir um camundongo inteiro.
Nos rios da Amazônia existem peixes enormes também, como o pirarucu, que é protegido por lei.
Projetos de barragens na Amazônia brasileira foram suspensos em 2018, depois dos protestos dos cidadãos e dos apelos para que fossem feitos maiores esforços na área de energia renovável.
De fato, à medida que os preços da energia renovável caem, sol e ventos estão se tornando alternativas viáveis à energia hidrelétrica, principalmente nos países em desenvolvimento que ainda querem obstruir os seus rios com grandes barragens, disse Michele Thieme, cientista chefe da área de água doce no World Wildlife Fund.
Leia mais
Existem cerca de 200 espécies da chamada megafauna de água doce, mas em comparação com as suas congêneres terrestres e marinhas, estas têm sido pouco estudadas pelos cientistas e pouco conhecidas pelo público. E estão desaparecendo.
Muitas ameaças provocam tais declínios: pesca descontrolada, poluição, degradação do habitat, desvios de cursos de água e extração.
São, entretanto, as barragens que infligem o dano mais letal aos peixes gigantes, muitos dos quais são migratórios.
Pesquisas recentes mostraram que dois terços dos maiores rios do mundo não fluem mais livremente.
Centenas de barragens foram propostas ou estão em construção nas bacias de rios ricos em megafauna, como Amazonas, Congo e Mekong.
Por outro lado, existem muitas estratégias para garantir a sobrevivência destes gigantes de água doce, e algumas mudanças estão ocorrendo.
O arapaima
Um peixe que vive na América do Sul com três metros de comprimento que respira ar – desapareceu de grande parte da bacia do Rio Amazonas por causa da pesca excessiva.
Mas, no Brasil, algumas aldeias de pescadores que fazem um manejo sustentável destas populações notaram que o número de arapaimas decuplicou.
Às vezes, na ausência de um comprometimento do governo as intervenções populares conseguem mudanças positivas.
Cidadãos do Bangladesh, Nova Zelândia e Equador garantiram recentemente os direitos sobre alguns rios, o que significa que os tribunais deverão tratar estes corpos de água como entidades vivas.
Foto: Bernardo Oliveira/divulgação