Maia cobra punição a testemunha que teria mentido em CPMI

Na comissão, Hans River negou ter repassado informações à repórter durante a eleição de 2018 e afirmou que a jornalista teria se insinuado a ele para conseguir informações para a matéria.  

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 12/02/2020 às 18:20 | Atualizado em: 12/02/2020 às 18:20

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou punição ao ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows Hans River do Nascimento. O texto é da Agência Câmara Notícias.

Em depoimento à CPMI das Fake News, nessa terça-feira (11), Hans River responsabilizou a jornalista Patrícia Mello, do jornal Folha de S. Paulo, por ter publicado em dezembro do ano passado reportagem mostrando que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de diversos políticos. 

No colegiado, Hans River negou ter repassado informações à repórter durante a eleição de 2018 e afirmou que a jornalista teria se insinuado a ele para conseguir informações para a matéria.  

A fala de River foi desmentida horas depois pelo jornal, que exibiu documentos enviados por River a Patrícia e ainda trechos das trocas de mensagens entre os dois. 

Por meio das redes sociais, Rodrigo Maia afirmou que River deve ser punido no rigor da lei por ter mentido à comissão parlamentar de inquérito e feito declarações de cunho sexista.

 

Hans River do Nascimento na CPMI das Fake News
Foto: Jane de Araújo/Câmara dos Deputados

 

“Dar falso testemunho numa comissão do Congresso é crime. Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação. Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei”, disse o presidente. 

 

O que diz a lei

De acordo com o Código Penal, mentir em processo judicial ou inquérito é considerado crime, com pena prevista de dois a quatro anos de reclusão, além de multa.  

O regimento do Senado diz que a inquirição de testemunhas em CPIs segue o estabelecido na legislação. 

 

Foto: Câmara dos Deputados